O maior trunfo de Lift: Roubo nas Alturas é a direção de F. Gary Gray
Bruno Oliveira
Os filmes de assalto – ou heist, são sempre divertidos e muitas vezes contam com um elenco grandioso. Para ser um longa lembrado é preciso ter também uma boa direção e um bom roteiro que faça todo o plano ter o mínimo de sentido e ser tudo completamente maravilhoso em seu final. Temos bons exemplos por aí como: Onze Homens e um Segredo (2001) e o mais recente Exército de Ladrões (2021), só para citar alguns. Lift: Roubo nas Alturas até possui bons momentos, mas não chega em um nível ao qual ficará em nossas memórias.
Leia mais:
- Estreias Netflix: veja o que chega ao catálogo em janeiro de 2024
- Globo de Ouro 2024: Oppenheimer e Succession são os grandes vencedores
- Netflix revive meme de Pablo Escobar para mostrar o poder de Griselda, sua nova minissérie
Cyrus (Kevin Hart) é o líder de um grupo de ladrões especializados em roubo de arte, mas mais que isso, ele gosta que seus roubos também se tornem artes. Após ser pego pela Interpol, a Agente Abby, ex caso amoroso de Cyrus, propõe um acordo: caso eles ajudem a roubar meio bilhão de dólares em barras de ouro de um perigoso terrorista, terão imunidade total. O grande problema é que esse roubo terá que ser feito no ar, pois o ouro está sendo transportado por um Boeing 777.
Suspensão da descrença
Preciso dar uma dica primordial para que esse longa seja curtido de forma plena: é preciso usar o seu poder de suspensão da descrença. É tanta coisa forçada e mentirosa dentro desse enredo que fica até difícil comentar algumas pequenas coisas. O plano principal para o roubo no avião a milhares de metros de altura possui inúmeras falhas. Todas as soluções são pelo método “porque sim”, pois se não fosse isso, esse plano maluco nem teria início.
Primeiro, temos que aceitar absolutamente todas as ladainhas que eles estão explicando. Apenas fingimos que entendemos e continuamos. Como todo bom filme do estilo, o plano nunca ocorre 100% como o esperado, e logo, reveses começam a acontecer. O problema é que as coisas acontecem tudo de repente e com soluções fáceis demais. Tem membros do grupo do Cyrus que você simplesmente esquece que existem porque não possuem uma função real em meio da ação. São apenas mostrados em takes para lembrarmos que eles existem e torcer para, quiçá, fazer algo para ajudar.
A conveniência do roteiro é latente. São tantas facilidades que chega a ser um desrespeito a quem está assistindo a esse longa. Nem vou mencionar aquele fundo verde horroroso quando eles pousam no ambiente cheio de gelo. Disse eu mesmo, já tendo mencionado. Minhas reclamações fazem muito sentido, porém, o longa não é horroroso. Ele consegue te divertir na medida do possível e consegue deixar satisfeito quem chegou até o seu final. Mas certamente não seria um filme que eu indicaria desse gênero.
Conclusão
O maior trunfo de Lift: Roubo nas Alturas é a direção de F. Gary Gray (Uma Saída de Mestre, ótimo filme do estilo) que sabe filmar ótimas cenas de ação, e principalmente o elenco que transborda carisma do início ao fim. Eles fazem com que ser ladrão seja algo legal, divertido e altamente descolado. Sem sermões sobre certo e errado, estamos falando de uma aventura que pede um balde de pipoca do seu lado. Essa é uma ótima diversão para o seu fim de semana, caso escolha ficar em casa.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop:
Aliás, vai comprar algo na Amazon? Apoie, então, o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link:
Trailer do filme Lift: Roubo nas Alturas
Ficha Técnica do filme Lift: Roubo nas Alturas
Título original: Lift
Direção: F. Gary Gray
Roteiro: Daniel Kunka
Elenco: Kevin Hart, Gugu Mbatha-Raw, Sam Worthington, Vincent D’Onofrio, Úrsula Corberó, Billy Magnussen, Yun Jee Kim, Viveik Kalra, Jean Reno, Jacob Batalon, Burn Gorman, Paul Anderson
Onde assistir: Netflix
Data de estreia: 12 de janeiro de 2024
Duração: 104 minutos
País: Estados Unidos da América
Gênero: Assalto, Ação, Comédia
Ano: 2024
Classificação: 14 anos