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Foto: Disney / Pixar / Divulgação

Vá ao infinito e além com ‘Lightyear’

Alexandre Dassumpção

“Há um homem das estrelas esperando no céu
Ele gostaria de vir e nos conhecer
Mas ele acha que nos assustaria
Há um homem das estrelas esperando no céu
Ele disse para não estragarmos tudo
Porque ele sabe que tudo vale a pena”.

Sim, sabemos que a música diz isso, mas… e ser foi o contrário? O filme Lightyear é o que acontece quando um astronauta ególatra não entende a mensagem e estraga tudo para ele mesmo.

Qual a história de Lightyear?

Buzz Lightyear é um capitão do Comando Estelar, uma espécie de Maverick do espaço que nunca erra, até o dia que isso acontece e a tripulação de sua nave acaba presa num planeta inóspito.

Como sua natureza é não aceitar a derrota, ele decide fabricar o cristal que serve como combustível para sua nave e testá-lo fazendo manobras de hiperpropulsão que não funcionam, fazendo com que ele dê vários saltos temporais até ter avançado praticamente cem anos no tempo.

Se originalmente ele foi apoiado por sua amiga a comandante Izzy Hawthorne e pelos demais tripulantes da missão, com o tempo eles vão readequando o planeta as suas necessidades e decidem abandonar o projeto.

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Lightyear rebelde

Sem sucesso, ele retorna ao planeta durante a invasão de Zurg e seu exército de robôs. Sua felicidade por finalmente ter encontrado um propósito e ter a segunda chance de lutar ao lado de uma Hawthorne, no caso Alicia, neta de sua amiga, cai por terra quando descobre que eles sequer são cadetes do Comando Estelar.

Aos poucos, a insistência dos novatos vai vencendo seus preconceitos e eles conseguem fazer um ótimo trabalho juntos.

As verdadeiras raízes de Toy Story?

A intro de Lightyear nos avisa que estamos vendo o filme preferido de Andy, a história que “inspirou” Toy Story, um filme dos anos 80 que ele deve ter assistido em algum rerun da TV ou vídeo.

E, sim, Lightyear é um filme que poderia ter sido produzido entre os anos 80 e 90. Apesar de ser condizente com o código moral e sociocultural do século 21, ele nos entrega um macho alfa que crê na própria infalibilidade, ainda que isso cause danos irreversíveis não só para si como para todos ao seu redor.

O personagem é tão obcecado com o que deveria ser que deixa de aproveitar o que é. O que permite sua existência num filme atual é que, apesar de ele parecer o clássico Lobo Solitário em sua primeira camada, seu sacrifício, mesmo não solicitado, é em prol dos outros que em vários momentos tentem trazê-lo de volta a realidade.

Ele não aceita a mudança e tenta devolver o mundo ao que ele considera ser o certo. Como estamos falando de uma animação da Disney, algumas questões são amenizadas em prol de outras bem mais leves, principalmente na abordagem.

É o Buzz Lightyear que conhecemos?

Sempre é bom lembrar que o personagem que conhecemos desde 1994 é parte da imaginação de uma criança. Enquanto o boneco é um estereótipo idealizado, o Buzz do filme é humano e apresenta todas as fraquezas e qualidades de um adulto que trocou sua vida por um delírio Quixotesco. Ele está a beira de se tornar um vilão, mas como dizem aqueles pôneis famosos: “Amizade é mágica”. Bem, claro… Temos a questão de que ele é o protagonista de um filme da Disney, que sempre usa o roteirismo a favor de seus personagens.

Respondendo à minha própria pergunta, este Buzz jamais será o que conhecemos, mas está no caminho de se tornar seu próprio personagem e se distanciar do fruto da imaginação de uma criança ou do estereótipo heroico de um desenho infantil.

O confronto com Zurg e seus robôs faz com que ele repense toda a sua vida, revendo suas motivações e preconceitos. Num filme em que o protagonista é o problema, o vilão acaba sendo mais uma solução do dilema do que o elemento que movimenta a história, principalmente porque o arco do malfeitor acaba sendo mais filosófico do que físico.

Ficção científica clássica

Pro bem e pro mal, Lightyear parece demais um  episódio de Star Trek clássico e de seus derivados/cópias. Pouca ação, um dilema moral/filosófico e uma resolução funcional que reestabelece o status quo ao que era antes.

Não é ruim, mas falta algo e fica aquela mensagem meio conformista de que você só será feliz quando aceitar seu lugar no mundo que vive. Algo que o personagem aprende na marra ao ver o quanto o questionamento e a insatisfação excessiva fizeram dele um pária social. E, mais uma vez, o dia é salvo pelo cara que entende seu lugar e desiste de tentar evoluir ou mudar o status quo.

A polêmica dublagem de Marcos Mion

Tivemos a polêmica do Star Talent. Marcos Mion, né? Vamos tirar o elefante da sala.

O mesmo aconteceu nos EUA, quando Tim Allen, que dublou o Buzz em todos os filmes, foi substituído por Chris Evans, que até pode ser considerado um Star Talent, mas o que realmente incomodou o brasileiro, além do medo de termos outro Enrolados, claro, é que, diferente de lá, que teve outros voice actors, aqui, sempre foi o Briggs e a mudança, pelo motivo que fosse, incomodou.

Não é a melhor dublagem do mundo, mas, pelo menos, não é Enrolados.  O “Mionzeira” dá o seu melhor. Além de deixar todos os maneirismos pra trás,  ele tenta não estragar nossa imersão. A grande verdade é que, em poucos minutos de exibição, você vai estar tão imerso na história que até deve esquecer quem dubla o personagem.

Mas afinal, Lightyear é sobre…

Lightyear é um filme sobre aceitação e readequação, como praticamente todas as produções da Disney e da Pixar. Só que é com um personagem que já conhecemos há quase três décadas.

A maioria vai atrás da nostalgia e pela curiosidade. Se aprendemos algo com o YouTube é que dislikes também alavancam a visualização e a polêmica do Marcos Mion é o dislike perfeito. A grande verdade é que quando entrarem na sala de cinema todos terão uma experiência tão agradável que esquecerão os reais motivos de terem ido.

Conclusões finais

O grande mérito desse filme, além dos roteiristas Jason Headley, Angus MacLane e Matthew Aldrich, que nos entregam diálogos críveis e pontuais, é da equipe de animação. Em 2022, queremos ver um CGI agradável. E eles entregam até mais que isso.

Já sabemos da necessidade de manter o traço de animação desenvolvido pela Pixar e de evitar a “Zona da Estranheza”, mas há cenas em que é possível perceber o quanto eles se esforçam para evitar o realismo. O momento em que descobrimos a verdadeira identidade de Zurg, o vilão clássico do personagem é um bom exemplo disso.

Se vale a pena assistir? Vá na estreia pra evitar spoilers. Isso responde sua pergunta? Lightyear só não ganha a nota máxima porque faltou um combate melhor entre Buzz e Zurg, mas é um filme da Disney e o motivo é óbvio. Então, ao infinito e além!

Onde assistir ao filme Lightyear?

A saber, Lightyear estreia nesta quinta-feira, 16 de junho de 2022, exclusivamente nos cinemas brasileiros.

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Trailer do filme Lightyear (2022)

Lightyear (2022): elenco do filme

Chris Evans
Keke Palmer
Peter Sohn

Ficha Técnica: Lightyear (2022)

Título original do filme: Lightyear
Direção: Angus MacLane
Roteiro: Angus MacLane, Matthew Aldrich e Jason Headley
Duração: 100 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: animação
Ano: 2022
Classificação: livre

Alexandre Dassumpção

Editor do site Canal Metalinguagem, que aborda filmes através de podcasts e resenhas. Conheça o blog: https://canalmetalinguagem.com.br/.
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