Maestro é um bom filme, mas esquecível
Bruno Oliveira
Inicialmente, Maestro seria dirigido por Steven Spielberg. Essa informação não me surpreende, ainda mais por ele ter feito uma nova versão de Amor, Sublime, Amor (2021), da qual as músicas são do grande maestro Leonard Bernstein, o grande alvo dessa cinebiografia. Por falta de tempo ou por algum outro motivo, Steven resolveu passar o serviço para Bradley Cooper, que dirigiu Nasce Uma Estrela (2018), e foi completamente competente. Nesse quesito, não há o que se reclamar aqui, porém, o roteiro e a história em si não me animaram tanto.
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O longa conta a história de Leonard Bernstein (Bradley Cooper), músico, compositor e maestro responsável por inúmeros musicais aclamados da Broadway, além, também, de ficar no cargo de principal condutor da Orquestra Filarmônica de Nova York por 18 anos. Também conhecemos a sua vida amorosa ao lado de Felicia Montealegre (Carey Mulligan), que se iniciou quando se conheceram em 1946 e mostrando os subsequentes próximos 25 anos em que ficaram juntos.
Filme chato
Adoro começar de um jeito ligeiro e sem enrolação. Dito isso, achei esse longa extremamente chato. Perceba que não falei ruim ou horroroso, e sim, chato. Ele não é interessante e não empolga em nenhum momento. Essa sensação é o mínimo que eu espero da cinebiografia de uma pessoa que compôs obras fantásticas, mas que são quase completamente esquecidas aqui. Nem aquele momento com ele regendo a orquestra se torna algo grandioso ou minimamente atraente.
Não sabemos de onde ele veio, não vemos nenhum percalço em sua vida e nem mesmo a sua glória. A história foca em sua sexualidade e no seu relacionamento com Felicia que durou mais de duas décadas. Ok, os dois juntos eram bonitos e abordar a sua bissexualidade também rende, mas só isso? Muito chato e aparentemente sem objetividade nenhuma. Além disso, não sabemos em que tempo estamos. O tempo passa, os cabelos mudam, a maquiagem entra em cena, mas mesmo assim nos deixa confusos. Os filhos também são outra incógnita que parece não encaixar na trama. Eles são o mesmo que nada. Nem sei o nome deles e parece que nada disso importa.
O seu início nos dá impressão que veremos algo incrível. Acompanhar um pequeno plano sequência do Maestro acordando feliz e chegando no teatro em que fará a sua primeira apresentação empolga e para por aí. Bradley Cooper manda bem na direção, o problema nem é esse, o problema mesmo é a abordagem da história. Nunca vi nenhum vídeo de Bernstein, não sei como ele é, mas acredito que Bradley tenha dado tudo de si em sua interpretação que parece realmente ser bem única. Carey Mulligan (Drive) consegue brilhar mais e mostra porque ela é uma senhora atriz.
Conclusão
Já falei que ele é chato? Embora tenha frisado bastante nisso, certamente ele não é de todo horroroso. Seu valor de produção faz valer muita coisa e boas interpretações do casal de protagonistas acaba sendo um destaque a mais. Se a Netflix o lançou esperando futuras premiações, esquece. Acredito que esse filme será esquecido em breve. Uma pena, porque Leonard Bernstein merecia algo mais grandioso devido a sua carreira de sucesso com clássicos que permeiam até hoje.
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Trailer do filme Maestro
Ficha Técnica do filme Maestro
Título original: Maestro
Direção: Bradley Cooper
Roteiro: Bradley Cooper e John Singer
Elenco: Bradley Cooper, Carey Mulligan, Matt Bomer, Sarah Silverman, Maya Hawke
Onde assistir: Netflix
Data de estreia: 20 de dezembro de 2023
Duração: 129 minutos
País: Estados Unidos da América
Gênero: Cinebiografia, Drama
Ano: 2023
Classificação: 16 anos