Maria Rita show Teatro Claro Rio 2021 Carla Cristina Tavares Cardoso capa

Maria Rita traz seu carisma e emociona em show no Teatro Claro Rio

Cadu Costa

No último sábado (27), o Teatro Claro Rio foi o palco necessário para a volta de uma das maiores cantoras do Brasil: Maria Rita. Acompanhada pelo violonista Leandro Pereira, a artista se apresentou em clima intimista com o espetáculo “Voz:Violão”.

O show que nasceu durante a pandemia, na sala da casa de Maria Rita, foi, enfim, apresentado ao público e o ULTRAVERSO esteve no Teatro Claro Rio pra contar os momentos mais emocionantes dessa noite inesquecível.

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Foto: Carla Cristina Tavares Cardoso / ULTRAVERSO

Diva carismática

Maria Rita pode ser considerada, sem sombra de dúvida, uma diva da nossa música. Desde que surgiu lá em 2002 com toda a pressão por conta de seu berço musical – ela é filha da imortal Elis Regina e do pianista César Camargo Mariano -, a cantora já era considerada um fenômeno por conta de seu canto deslumbrante e seu inegável carisma.

E foi esse mesmo carisma e essa voz divina de Maria Rita que ditaram a noite no Teatro Claro Rio. Logo que adentra ao palco, linda e sorridente, a cantora já tinha o público na mão. Ela inicia com “Reza”, faixa de seu último disco Amor e Música (2018) e, já na primeira canção, se emociona com a letra e todos embarcam com ela.

Logo depois, uma sequência de músicas como “É D’Oxum”, “Oyá” e “Maltratar Não é Direito” deixam a plateia animada. Mas nada se compara a seu maior hit “Cara Valente”. É o momento mais interativo do show, onde a plateia cantava junto e inseria um sonoro “ELE NÃO”, numa clara alusão a um certo governante que sabemos não ser de nada.

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Foto: Carla Cristina Tavares Cardoso / ULTRAVERSO

Contadora de histórias

Maria Rita não só cantava, mas também contava histórias. Conversava com seu público e tudo parecia realmente um grande bate-papo com música. Se justificava dizendo que fazia tempo que não falava com adultos e estava feliz por estar ali. De fato, foi muito gostoso conhecer a artista por esse viés.

Quando canta “Romaria”, famosa canção de Renato Teixeira; assim como “Caminho das Águas”, do álbum Segundo (2005), Maria Rita volta a emocionar com sua voz e interpretação marcante.

Seu show seguiu nesse misto de música e conversas, e ainda sobrou espaço para brincadeiras com o Flamengo por conta da derrota na final da Libertadores horas antes.

O samba também esteve presente, claro, em canções como “Fogo de Saudade”, da eterna Beth Carvalho; bem como “Saudade Louca”, do parceiro e amigo Arlindo Cruz; e “Aí Foi Que o Barraco Desabou”, composição de Jorge Aragão.

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Foto: Carla Cristina Tavares Cardoso / ULTRAVERSO

Elis Regina

Mas nada se compara quando Maria Rita resolve cantar músicas imortalizadas na voz de sua mãe Elis Regina. Desafiamos alguém não chorar em uma sequência com “Como Nossos Pais” e “Mestre Sala dos Mares”. É simplesmente uma sensação de estarmos presenciando uma história de vida, algo como uma segunda chance, na linha de “não vi a mãe, mas vi a filha”.

Maria Rita termina o show no Teatro Claro Rio com uma interpretação à capela de “Não Deixe o Samba Morrer”, famosa na voz de Alcione. O público a aplaude de pé. Ela retribui com sorrisos, com beijos e a certeza de que não deixaremos de sentir sua música.

A artista agora deve se preparar para shows maiores com sua banda e essa apresentação pode ser considerada um esquenta para outras datas. No entanto, a notar pelo clamor do público e por toda a simpatia de Maria Rita, não duvide de vê-la novamente neste formato. Afinal, com artistas desse calibre, quanto mais pertinho, melhor.

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Foto: Carla Cristina Tavares Cardoso / ULTRAVERSO

Setlist do show de Maria Rita no Teatro Claro Rio

1 – Reza

2 – É D’Oxum

3 – Oyá

4 – Num Corpo Só

5 – Maltratar Não é Direito

6 – Cara valente

7 – Romaria

8 – Caminho das Águas

9 – No Rancho Fundo

10 – Manhã de Carnaval

11 – Fogo de Saudade

12 – Saudade Louca

13 – Aí Foi Que o Barraco Desabou

14 – Como Nossos Pais

15 – Mestre Sala dos Mares

16 – Não Deixe o Samba Morrer

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN