Marisa Monte álbum Portas crítica

Marisa Monte nos acalma e traz esperança em novo álbum ‘Portas’

Cadu Costa

A cantora Marisa Monte lançou, nesta quinta-feira (1), seu novo trabalho intitulado Portas. O primeiro disco solo de músicas inéditas da artista em uma década une todo o universo particular iniciado há 30 anos com o álbum Mais, de 1991.
Completando 54 anos no dia do lançamento de Portas, Marisa Monte ditou padrões ao longo dos anos 90 e 2000 com canções e sambas que pregam o amor. A cantora é praticamente um símbolo musical do sentimento e expressa isso com requinte e poesia.

Parcerias

Em Portas, álbum cuja capa expõe arte inédita de Marcela Cantuária, a cantora e compositora segue nessa bela passagem em parcerias com Marcelo Camelo e Chico Brown, filho de seu grande amigo ‘Tribalista’ Carlinhos Brown. São 16 faixas produzidas durante o caos pandêmico da Covid-19. Por conta disso, o disco tem muito de otimismo e ‘afirmacionismo’ abrindo portas frente ao ‘negacionismo’ atual brasileiro.
Entre as diversas canções, muita diversidade com samba, folk-rock e soul e a harmonia suave de violões, pianos, trompetes e flautas. Tudo o que amamos em Marisa Monte está em Portas.
Além de Marcelo Camelo – que compôs junto a ela, três das 16 faixas do disco – a carioca traz parcerias com seu outro chapa ‘Tribalista’ Arnaldo Antunes e também Pretinho da Serrinha, Nando Reis, Seu Jorge, Pedro Baby, Silva, Dadi, Flor, filha de Seu Jorge, e Lucas Silva.

Político e esperançoso

Portas é um disco também político, mas com esperança. Certamente há pessoas que questionarão seu modo de ver as coisas. Talvez quisessem versos explícitos de “Fora Bolsonaro”. Louvável, mas a revolta com o estado atual das coisas é representativo para qualquer pessoa que respire no Brasil hoje. Marisa canta o otimismo a já citada esperança de que vamos sobreviver a uma pandemia e a um lunático no poder. É uma forma de alerta e de cura ouvir seu novo disco.
Enfim, é impossível destacar uma música ou outra. Marisa Monte e seu mundinho particular estão por todos os 48 minutos de Portas. Sua música é acalento dentro do caos. E isso nos acalma.
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Ouça ‘Portas’ – Marisa Monte

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN