Mark Lanegan músicas

Mark Lanegan | Dez músicas para celebrar o artista

Guilherme Farizeli

Mark Lanegan, uma das principais vozes do grunge e que ficou conhecido como líder da banda Screaming Trees morreu na última terça-feira (22), na Irlanda. Aos 57 anos de idade, ele também cantou no Queens of the Stone Age e em vários outros projetos.

A notícia foi divulgada no perfil oficial do cantor no Twitter. “Nosso amado amigo Mark Lanegan morreu essa manhã em sua casa em Killarney, na Irlanda. Um amado cantor, compositor autor e músico, ele tinha 57 anos e deixa sua mulher Shelley. Não há mais informações disponíveis por enquanto. Por favor, respeitem a privacidade da família“, diz o comunicado.

Quem é Mark Lanegan?

Dono de uma voz única, Lanegan começou a carreira no Screaming Trees em 1984. O som do grupo foi influente na formação da cena que viria a ser conhecida como grunge. Tendo sido um artista tão querido, não faltaram homenagens e manifestações nas redes sociais de bandas como Soundgarden e Alice in Chains. Nesse sentido, vamos prestar nossa homenagem mostrando para vocês um pouco da obra riquíssima de Lanegan, ao longo de quase 40 anos de carreira.

Portanto, vamos aos sons!

Screaming Trees: “Nearly Lost You” (1992)

Vamos Começar pelo óbvio, mas que não deixa de ser importante. Sweet Oblivion foi o segundo álbum do Screaming Trees por uma grande gravadora e a banda já tinha uma maturidade diferente das outras que estavam começando exatamente nessa época. Assim como o Soundgarden (que também começou no meio dos anos 80), o ST amadureceu sua sonoridade ao longo dos anos. Além disso, é um disco SUPER divertido, com outras canções tão boas quanto a supracitada.

Mad Season: “Long Gone Day” (1995)

Confessional. Mad Season é um dos projetos musicais mais legais dos anos 90. Nessa faixa, estão reunidos três heavy users de heroína da época: Layne Staley (Alice in Chains), Mike McCready (Pearl Jam) e o nosso homenageado. A temática da canção, portanto, não poderia ser outra senão o vício. Lanegan confessa: “tears and lies for answers, you and open veins, God knows I’m gone“.

Mais tarde, Staley complementa em uma das melodias mais lindas cantadas pelo cara (incluindo aqui sua carreira com o AIC): “Everyday each time the place was saved, the music that we made, the wind has carried all of that away“. Que bom pra gente que a arte é eterna.

The Twilight Singers: “Number Nine” (2003)

Antes do The Gutter Twins, Lanegan participou de outro projeto de Greg Dulli (The Afghan Whigs): o The Twilight Singers. Aqui, Lanegan desfila seu grave maravilhoso na última faixa do álbum Blackberry Belle. Um blues em 6/8, cheio de melancolia e arrependimento. Uma pequenina obra-prima.

The Gutter Twins: “The Stations” (2008)

E por falar nos caras, olha eles aí! Em teoria, o tempo das “músicas tristes” ja tinha passado. Mas o The Gutter Twins lançou Saturnalia, um dos discos mais legais e reflexivos de 2008. É sempre bom a gente lembrar que o que acontece de mais legal na música, em via de regra, está longe do mainstream. “The Stations” abre esse discão de rock pra ninguém botar defeito.

Queens of the Stone Age: “Hanging Tree” (2002)

Uma rápida historinha: quando o Kyuss acabou, em 1995, Josh Homme (líder do QOTSA) se mudou para Seattle para estudar Administração. Lá ele encontrou velhos amigos (como o Ben Shepherd, do Soundgarden) e acabou virando guitarrista do Screaming Trees. Ele excursionou com a banda em 96 e 97 e, nesse período ficou super amigo do Mark Lanegan. Ao fundar o QOTSA, a ideia de Homme era ter Lanegan na banda. Mas ele acabou voltando para a Califórnia e o plano foi descartado.

Até 2001, quando a banda começou a gravar seu álbum mais famoso, Songs for the Deaf. Lanegan participou, inclusive, da composição de algumas canções do álbum. A clássica “No One Knows” é uma delas. Essa aqui é outra:

Queens of the Stone Age: “Song for the Dead” (2002)

E a terceira é essa aqui. Na real, assista esse show inteiro. Porque é uma das melhores performances ao vivo do QOTSA.

Isobel Campbell e Mark Lanegan: “Revolver” (2006)

Lanegan escreveu essa canção para o seu primeiro álbum em colaboração com Isobel Campbell (ex-Belle and Sebastian). A musicista escreveu a maioria das canções em Ballad of the Broken Seas, além de ter produzido o álbum.

Isobel Campbell e Mark Lanegan: “Come Undone” (2010)

Essa faixa do álbum ‘Hawk’ exemplifica a combinação perfeita entre os timbres de voz, tão diferentes entre si, desses dois artistas. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando através do nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Mark Lanegan Band: “The Gravedigger’s Song” (2012)

O álbum Blues Funeral é um marco na carreira solo de Lanegan. Além de ser uma espécie de retorno ao rock alternativo, está repleto de grandes canções. Aqui ele usa a poesia para lembrar que quase tudo é efêmero. “Shovel down six feet, with a head heavy pain; The magnolia blooms so sweet and it fades just the same“. Para ser sincero, quando eu soube da passagem de Mark, foi a primeira música que me veio à cabeça. Ouça essa álbum, de verdade. É uma obra-prima.

Mark Lanegan: “Stockholm City Blues” (2020)

Seu último álbum, Straight Songs of Sorrow, apresenta essa linda faixa. Uma das únicas que não dialoga com a vibe industrial/eletrônica do resto do álbum. Livre do vício em heroína desde os anos 2000, Lanegan não deixa de lembrar. “I paid for this pain, I put into my blood“.

Mark Lanegan vai, acima de tudo, além de suas músicas

A ideia aqui não era escrever um obituário, nem conjecturar sobre as causas de sua morte. Também não quis me aprofundar nas questões envolvendo seu vício. Hoje, é uma grande oportunidade de celebrar o artista por sua obra e nada mais. Vamos juntos?

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
NAN