Martinho da Vila Mistura Homogênea crítica do álbum 2022

Foto: Divulgação

Martinho da Vila enaltece a cultura afro em seu último disco, ‘Mistura Homogênea’

Cadu Costa

Martinho da Vila é um daqueles personagens que simbolizam o samba como cultura popular e arte genuinamente brasileira. Seus sambas entraram para a história da música brasileira e são cantarolados por qualquer um que já tenha escutado uma nota do ritmo. Por isso, seu novo trabalho vem cercado de expectativas. Mistura Homogênea é – em tese – o último álbum de uma discografia iniciada em 1969 com Martinho da Vila (das pérolas “Casa de Bamba”, “O Pequeno Burguês” e “Quem é Do Mar Não Enjoa”).

E como o nome diz, seu novo disco é uma mistura de ritmos afro e participações como Zeca Pagodinho; Teresa CristinaXande de PilaresDjonga; Hamilton de Holanda; e Paulina Chiziane, vencedora do prêmio Camões, de Moçambique; bem como todos os filhos e também de alguns netos.

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Do samba ao rap

Enaltecendo a luta antirracista e contra a intolerância religiosa e desigualdade social, Martinho traz reverência ao samba, à poesia, ao rap, ao partido alto, à reza e a festa. Um dos momentos mais emocionantes vem com “Samba dos Ancestrais”, que marca a estreia de Alegria Ferreira, filha do sambista, como cantora.

Outros destaques vem com “Oração Alegre”, onde há versos pensados como uma festa de todas as religiões com participações de Carlinhos Brown, Nilton Bonder, César Kaab, Nívia Luz e Pastor Henrique Vieira. Em “Vida Negras Importam”, cresce o momento contra o preconceito racial mais direto com versos como “Uma vida negra importa e quem assim não pensa tem a consciência torta”.

Contudo, o momento mais inusitado – e muito bom – vem com a participação de Djonga em “Era de Aquarius”, som que já havia sido disponibilizado em agosto do ano passado.

Ao final de Mistura Homogênea, Martinho da Vila entrega um “Canta Canta, Minha Gente! A Vila é de Martinho” com toda a família reunida e fecha o disco com a melhor forma de ser: com amor, respeito, alegria e uma verdadeira família brasileira.

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Ouça Mistura Homogênea, novo álbum de Martinho da Vila

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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