MATANZA INC banda entrevista

Matanza INC: nova fase, novos desafios

Guilherme Farizeli

Antes de mais nada, o quarteto Matanza INC opera sob a batuta de Marcos Donida, guitarrista, compositor e fundador da banda, que é acompanhando pelo baterista Jonas Cáffaro, o baixista Dony Escobar e o vocalista Vital Cavalcante.

Aliás, o lançamento de ‘Crônicas do Post Mortem: Um Guia para Demônios e Espíritos Obsessores’, em abril de 2019, marcou o início dessa nova fase.

A saber, o álbum é distribuído no Brasil pela Monstro Discos e foi lançado na Europa através do selo Raging Planet. Por outro lado, uma tour agendada em Portugal e Espanha para divulgação do trabalho teve que ser adiada em função da pandemia.

Ademais, agora em setembro, o Matanza INC lançou nas redes sociais um EP ao vivo. Gravado durante uma apresentação no Manifesto Bar em São Paulo, o show foi transmitido ao vivo pela rádio Kiss FM.

Enfim, conversamos com Marco Donida e Dony Escobar sobre o período de isolamento social, o lançamento do EP ao vivo e muito mais. Confira!

ULTRAVERSO: Como está sendo esse período de quarentena para vocês? Existe uma pressão para produção de conteúdo, música, lançamentos ou o mais importante é cuidar da saúde mental e produzir de maneira confortável?

Dony: Fala, Guilherme! É um prazer estar aqui no ULTRAVERSO! Não está sendo fácil, mas estamos seguindo e torcendo para que tudo isso se resolva o quanto antes. Acho que rola uma certa pressão para que os artistas e bandas lancem coisas novas.

Chegamos a fazer algumas lives com trocas de ideias entre membros da banda e convidados. Foi bem legal! A galera sempre pergunta das “malditas lives” com banda tocando ao vivo. Ainda não me acostumei com esse trem de ver uma banda fazendo show do outro lado da tela. De qualquer forma, só vamos nos juntar para fazer algo quando for totalmente seguro.

Vocês vinham em uma batida forte de shows e, agora, por conta da pandemia, não sabemos sequer quando os músicos poderão voltar aos palcos. O quanto vocês sentem falta dos shows nesse momento? Essa parada forçada pode servir para recarregar as baterias ou nem é o caso?

Dony: Pois é. Muitas incertezas e nenhuma garantia de quando as coisas vão voltar ao normal. Certamente, sentimos muita falta dos ensaios, conversas, shows e tudo que envolve esse contato físico com pessoas legais. Particularmente, não creio que essa parada possa servir para recarregar as baterias da banda. Talvez, para se reinventar.

Vocês iniciaram essa nova fase lançando o álbum ‘Crônicas do Post Mortem: Um Guia para Demônios e Espíritos Obsessores’, que foi muito bem recebido pelos fãs. O quanto isso foi importante para dar mais confiança para vocês no seguimento do projeto?

Dony: Zeramos tudo e esse disco foi um total recomeço. Aliás, as músicas foram super bem aceitas pelo público e os nossos números são ótimos nas plataformas de streaming. Além disso, foi massa ver a aceitação e carisma dos fãs com o Vital nos shows e isso tudo com certeza passa mais segurança pra banda.

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Em abril foi anunciada a saída do Maurício Nogueira da banda. Quais serão as principais diferenças, pessoalmente e – musicalmente falando – de não contar mais com ele?

Donida: O Maurício foi fundamental na transição para o Matanza INC. Além de um talentoso guitarrista, é um grande amigo e parceiro de banda. Pessoalmente não muda nada, nossa amizade segue inabalável.

Musicalmente sim, fará uma boa diferença porque, desde o álbum ‘Pior Cenário Possível’, viemos aprimorando arranjos para duas guitarras e agora volta a ser apenas uma. E eu não pretendo substituí-lo por outro guitarrista. Seguiremos como um quarteto, a partir de agora.

Em termos de composições, as mudanças fazem parte do processo de evolução. Então é difícil dizer o que se perde e o que se ganha exatamente. O importante é que estejamos em paz para que a música siga pra onde tiver de seguir.

MATANZA INC entrevista

Foto: Matanza INC / Divulgação

Vocês lançaram agora no início do mês o EP ‘Ao Vivo em São Paulo’, que é um ótimo exemplo de como vocês estão soando melhores do que nunca. Como foi a gravação desse EP e como está sendo a recepção da galera?

Donida: Ano passado fomos convidados a participar desse programa da Rádio Kiss FM chamado Kiss Club, que transmite a banda tocando ao vivo no palco do Manifesto Bar aqui em SP. Esse projeto da rádio conta com a parceria do pessoal do Orra Meu estúdio, que captou o áudio e nos disponibilizou a gravação.

Agora, durante a quarentena, nos ocorreu que poderíamos lançar algumas músicas desse ao vivo num formato EP e a resposta da galera tem sido bem legal. Foi uma noite bem legal realmente, então acho que esse astral ficou impresso na gravação.

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Por falar em novidade, alguma previsão de quando teremos um novo trabalho de estúdio do Matanza INC? 

Donida: Tão logo tenhamos uma vacina. Então, estamos aproveitando o isolamento para trabalhar no material do próximo álbum e acho que as coisas estão andando muito bem. Atualmente, estamos trocando alguns arquivos, vamos começar a gravar umas coisas remotamente e não deve demorar até eu começar a escrever as letras.

O Matanza surgiu em uma época frutífera do rock no Brasil e atravessou diversas fases. Como você enxerga o atual cenário do rock no Brasil?

Donida: De fato, estamos vivendo um momento histórico que será conhecido como Revolução Digital. E assim como aconteceu na Revolução Industrial do século XIX, o mundo virou do avesso.

O Rock, bem como todos os elementos da nossa cultura, estão perdidos numa nebulosa de bytes e logaritmos, onde as pessoas ficam expostas a um fluxo de informações vertiginoso e caótico.

O problema é que não há conhecimento empírico em um ambiente virtual e as coisas estão sendo consumidas sem que os subtextos da vida real sejam entendidos. Portanto, se isso não levar a humanidade a um grande colapso, eu não sei o que esperar.

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Corrente do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho.

Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail wilson@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
NAN