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Matrimilhas crítica do filme argentino da Netflix 2022

‘Matrimilhas’ traz reflexões com muito humor

Jorge Feitosa

Quando Belén (Luisana Lopilato) conhece Frederico (Juan Minujín), as circunstâncias não poderiam ser menos propícias para que os dois, um dia, viessem a se casar e ter filhos.

No entanto é o que acontece num piscar de olhos, assim como a deterioração da convivência entre eles em boa parte pelo completo descaso do marido, um chef de mão cheia obrigado a exercer a profissão de dentista que delega a administração do consultório pra mãe e, da casa, pra esposa.

Um homem tão acomodado não demoraria muito pra ser chutado, mas em Matrimilhas (Matrimillas), filme argentino recém lançado pela Netflix, Belén e Frederico acabam topando com um tipo de startup de nome sofisticado com uma pulseira que registra e mede os atos românticos do casal e os pontua em forma de milhas. Algo que interessa a ambos pra manter a união e mais ainda a Frederico, já planejando uma viagem com os amigos.

Abordagem sobre métricas

É claro que Belén fatalmente descobrirá a verdade e o que se segue, do início ao fim do filme é aquela sucessão de situações em que marido e mulher tentam agradar um ao outro pra atender aos próprios interesses egoístas.

Porém, com uma interessante abordagem sobre como as métricas, tão comuns para tornar o trabalho mais produtivo, já avançaram pra cima da própria vida privada numa sociedade contemporânea onde a felicidade é uma obsessão.

Uma obsessão não raro ridícula em detrimento daqueles que realmente importam em nossas vidas. E o filme Matrimillas, com seu tom leve e meio pastelão, nos ajuda a ver.