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Crítica do filme Meu Filho, Nosso Mundo - Ultraverso

Meu Filho, Nosso Mundo é um filme belo e despretensioso

Bruno Oliveira

Por mais que o autismo aos poucos seja uma condição mais aceitável no mundo, é fato de que ainda é um grande tabu. Muita gente foge para não ter que lidar com uma pessoa autista. Os seus níveis de espectro podem ser dos mais sociáveis aos que são um pouco mais complicados de se lidar no dia a dia, mas todos são pessoas que conseguem viver normalmente se compreendidos. ‘Meu Filho, Nosso Mundo’ traz esse assunto a tona em uma comédia dramática que diverte e que nos ensina mais sobre essa condição que tem se mostrado mais normal do que pensamos.

Sinopse do filme Meu Filho, Nosso Mundo

Max Bernal (Bobby Cannavale) é um comediante de stand-up com um casamento e carreira falidos que está morando com seu pai Stan (Robert De Niro). Ele não concorda com Jenna (Rose Byrne) sobre a melhor maneira de cuidar do filho deles, Ezra (William A. Fitgerald), de 11 anos e diagnosticado com autismo. Cansado e decidido a mudar o jogo, Max parte com Ezra em uma viagem de carro para encontrar um lugar onde possam ser felizes.

A vida nunca é simples

Meu Filho, Nosso Mundo se trata de uma comédia dramática que vira um road movie entre pai e filho. Nessa jornada, vemos a evolução dos dois de uma forma bem positiva. O pai é uma pessoa que acha veementemente que seu filho não precisa de nenhum cuidado especial, que ele deve estar junto com as outras crianças e ser tratado como um igual sempre. Concordo com ele em parte, afinal, ele só quer o melhor para o filho. O problema é que as coisas não são tão simples assim. O mundo em geral ainda é um lugar obscuro para pessoas com autismo.

A história mais sobre o pai do que do próprio filho

No momento em que ele sequestra seu próprio filho é que as coisas desandam e entendemos melhor sobre esse pai. A infância traumática com sua mãe o abandonando e tendo que aguentar os ataques de raiva do pai vai nos dizendo demais sobre ele. Até o ponto em que podemos notar que o próprio Max Bernall possui algum tipo de espectro autista. No filme explica que a palavra autismo vem do grego e quer dizer “si mesmo”. O pai não quer que o filho fique nesse próprio mundo, mas o que ele faz é justamente tentar criar um mundo onde somente ele e seu filho façam parte. Uma boa sacada que nos faz pensar mais a fundo.

Destaques da produção

O diretor e ator Tony Goldwyn (A Condenação) faz um bom trabalho aqui. Diria que é um feijão com arroz bem decente. Não inventa e não inova, faz somente o seu básico para um bom resultado final. O menino Willam A. Fitzgerald está em seu primeiro trabalho e mostra que sabe mandar muito bem. Pesquisei se ele é autista na vida real, mas não achei nada. Só sei que de qualquer forma ele mandou muito bem em sua estreia nas telonas. Bobby Cannavale (Blue Jasmine) é aquele tipo de ator coadjuvante de ouro que manda muito bem e nos perguntamos porque ele nunca é protagonista. Enfim deram uma chance a ele e não decepciona. Ele é um ótimo ator que merece bem mais e torço muito por ele, principalmente por achá-lo um ótimo ator. Nessa obra, vale dizer que está muito bem também.

Conclusão

Meu Filho, Nosso Mundo é um bom filme que dá para ser apreciado sem grandes pretensões. Discute o autismo através de visões diferentes e nos dá um final que é o mais correto. Não sou especialista no assunto, mas me pareceu o certo. Essa jornada entre pai e filho de autodescobertas é o grande cerne dessa história. Crescendo e aprendendo juntos, eles se entendem mais e enfrentam as diversidades da melhor forma possível. Um bom filme sem alarde.