‘Meu Nome é Bagdá’: filme intimista mostra o mundo das meninas skatistas
Bruno Oliveira
Meu Nome é Bagdá é um filme nacional de 2020 que participou de alguns festivais pelo mundo e que chegou há pouco tempo no catálogo do Star Plus. Como sua maior conquista, saiu como vencedor do Prêmio Grand Prix na categoria Generation 14 Plus na 70º Edição do Festival de Berlin em 2020.
Isso me fez lembrar de uma fala, que se não me engano foi de Wagner Moura: “Para um filme nacional ter sucesso no Brasil, primeiramente tem que ganhar prêmios em alguns festivais pelo mundo”. Parafraseei, mas a ideia é essa e chega a ser vergonhoso por ser uma verdade. Afinal, deveríamos dar mais valor às nossas obras conterrâneas.
Bagdá, vivida por Grace Orsato (aqui em seu primeiro trabalho como atriz), é uma menina skatista de 17 anos do bairro da Freguesia do Ó, periferia de São Paulo. Ela vive entre meninos que também andam de skate, além de passar muito tempo junta das amigas da mãe e também ao lado de suas irmãs. A jovem começa a sentir mais livre e mais empoderada ao conhecer um outro grupo de garotas skatistas, onde ela consegue ver e sentir uma união da qual nunca havia sentido antes.
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Legítimo filme de festival e intimista
Meu Nome é Bagdá é daqueles longas padrão visto em um monte de festivais por aí. Muito intimista e com aquela sensação de que a história não vai para lugar nenhum. Não me entendam mal, mas não posso afirmar seria uma obra que cairia fácil no gosto popular. Ele tem todo o jeitão realmente dos amantes de filmes menores e com uma pegada bem realista do mundo em que vivemos. Essa é uma característica bem latente sobre a produção.
Por ser muito intimista, o longa nos dá aquela sensação de que nada acontece, mas esse é um erro e um pensamento comum. Muitas coisas ocorrem nas entrelinhas e a personagem consegue evoluir mesmo que não percebamos tão à vista. A protagonista vai se moldando de acordo com o que vai passando na história. Não temos nenhuma grande reviravolta e muito menos um grande clímax, mas conseguimos notar para onde a personagem foi.
Gostaria de rasgar elogios principalmente para o roteiro. A sua linha narrativa é daquelas que eu mais prezo: completamente fluida. A impressão é de que não existe um texto escrito, apenas ideias dadas para os atores, que começam a desenvolver as frases sobre isso. Não sei se foi assim, mas as conversas soam muito naturais e isso me agrada muito. A direção de atores é muito boa e consegue deixar todos eles muito à vontade em tela. Nota 10 para esses detalhes.
Conclusão
Meu Nome é Bagdá está longe de ser um filme popular. Agradará principalmente aos fãs de um cinema mais baixo orçamento que nos traz histórias mais intimistas e bastante pé no chão. Poderia resumir os amantes desse tipo de obra como os apaixonados por longas de festivais. Não são histórias grandiosas e reveladoras, mas que nos trazem um retrato quase sempre único e solitário de um determinado personagem da vida cotidiana que está por aí e que não damos o seu devido valor.
Onde assistir ao filme Meu Nome é Bagdá?
A saber, o filme Meu Nome é Bagdá estreou recentemente no catálogo da Star Plus e já se encontra disponível para os assinantes dessa plataforma.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer do filme Meu Nome é Bagdá, do Star Plus
Meu Nome é Bagdá (Star Plus): elenco do filme
Grace Orsato
Karina Buhr
Marie Maymone
Helena Luz
Ficha Técnica
Título original do filme: Meu Nome É Bagdá
Diretor: Caru Alves de Souza
Roteiro: Caru Alves de Souza e Josefina Trotta
Duração: 99 minutos
País: Brasil
Gênero: drama
Classificação: 16 anos