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Meu Nome é Loh Kiwan é apenas mais uma história de amor impossível

Bruno Oliveira

Meu Nome é Loh Kiwan é um novo filme sul-coreano que chegou na Netflix. É recheado de drama que nos fazem ficar indignados de como alguém pode passar por tanto sofrimento só para poder ter sua liberdade como um cidadão normal. Nessa obra vemos a vida de um refugiado norte-coreano que tenta começar a sua vida em outro país, mas até que tenha plenos direitos, a pessoa é tratada como um ser abaixo de qualquer outro. Se fosse somente por esse lado, talvez tivéssemos uma história que precisasse ser vista. No momento que entra um romance, tudo se põe a perder.

Sinopse do filme Meu Nome é Loh Kiwan

Loh Kiwan (Song Joon-ki) é um desertor norte-coreano que resolve realizar o último desejo de sua mãe: viver em um lugar onde ele possa ser ele mesmo, usar seu nome e sobrenome sem medo. Loh, então, decide ir para Bélgica se refugiar, mas ele acaba desamparado, sem meios de ganhar a vida e sem casa. Marie (Choi Sung-eun), uma ex-atleta de tiro, vive com seus próprios conflitos interiores até encontrar Kiwan e roubar sua carteira. Os dois acabam em uma inimizade gigantesca até um entender a história de vida do outro e ali nasce uma atração.

Poderia ser o retrato de um refugiado

Já percebi que existem poucos filmes por aí mostrando a vida de um refugiado. Muitos usam essa situação como background para uma história maior. Faltam obras que mostrem mais essa realidade nua e crua. Essa vida deve ser difícil e muito complicada por diversos fatores. A pessoa está indo para um lugar novo que é completamente diferente de sua cultura e chegando lá ainda é vítima de preconceito de quem se acha dono da terra e que se acha melhor do que tais pessoas que tiveram que fugir de seus países de origem porque as condições de vida deveriam beirar a zero.

Começa bem, mas prefere ir por outro caminho

Meu Nome é Loh Kwan começa dessa forma. Nosso protagonista é um foragido que, ainda, perdeu sua mãe no processo. A princípio, queria desistir, mas prometeu para ela que viveria uma vida digna. Toda a vida dura de uma pessoa nessa condição é mostrada e é muito triste. Apesar de toda essa dureza e covardia que sofre nas ruas, o longa estava no caminho certo. Quando Loh Kiwan conhece a personagem de Marie é que as coisas desandam um pouco.

Optou-se pelo melodrama

A realidade dá a vez para o melodrama. A princípio os dois se odeiam, mas aos poucos notam que tem algo em comum e, dessa forma, acabam se apaixonando. Neles existe até um contraste filosófico interessante: ele está fazendo de tudo para viver, e ela fazendo de tudo para morrer. Eles não deveriam ter nada em comum, mas se acham na dor de ter perdido suas mães. Essa história de amor me derrubou um pouco. Nem acho que ela seja de toda ruim, mas não era isso que eu estava querendo ver. O drama de um refugiado mexeu muito mais comigo. Uma frase me pegou no seu final: “não busco o direito de morar aqui, busco o direito de querer sair daqui”. Isso é forte, e ressalta o meu desejo de que a história deveria pender apenas para esse lado.

Conclusão

Quando a narrativa entra no caminho do amor impossível, cai demais e se torna só mais uma obra costumeira. Quando fica no tema de refugiado, consegue brilhar mais. Ficar em cima do muro sem saber para onde seguir o torna apenas um filme mediano. O que poderia impactar e mexer com nossos sentimentos e nos fazer pensar, cai por terra. No final, estávamos apenas falando de uma história de amor impossível que pode ter um final feliz. Infelizmente, é só isso.