‘Meu Vizinho Adolf’ explora o boato de que Hitler morreu na América do Sul

Bruno Oliveira

Desde que me conheço por gente, escuto histórias que Adolf Hitler não teria morrido na 2.ª Guerra Mundial, e sim, que ele teria fugido para a América do Sul e vivido pacatamente até a sua morte. Existe até uma tese maluca que ele viveu e morreu no Brasil (link no final do texto). O que é certo, é que vários nazistas fugiram para essas áreas de nosso continente. É pensando nesse fato que ‘Meu Vizinho Adolf’ adota essa premissa que nos traz humor e drama em cima de um grande pesar da humanidade.

A trama

Mr. Polsky (David Hayman) é um judeu sobrevivente do Holocausto muito mal humorado e recluso que vive na América do Sul. Sua vida quase erma e pacífica começa a mudar quando Mr. Herzog (Udo Kier) se muda para a casa ao lado. Convencido de que seu vizinho é Adolf Hitler, ele procura as autoridades, mas todos fazem pouco caso dessa informação achando-a completamente absurda. Então, Mr. Polsky resolve investigar seu vizinho sozinho, mesmo que para isso ele tenha que se tornar amigo do indivíduo.

Meu Vizinho Adolf

Uma boa tragicomédia que faz sentir falta de algo no final

A melhor forma de se definir o gênero dessa película é chamando-o de uma tragicomédia. O seu tom de comédia pega o espectador ao mesmo tempo que analisamos o peso da história em si. O Holocausto foi marcado como uma das maiores barbáries já cometidas pelo ser humano e aqui temos uma vítima de tal período junto com o suposto causador de toda essa dor. É graças a essa dinâmica poderosa que temos um bom filme para se resenhar, porém, tenho meus adendos.

Devido ao seu peso histórico fica difícil entendê-lo como uma comédia. Esse quesito é muito bom, flui muito bem, mas por um momento parece que ele quer humanizar uma pessoa que sabemos que é horrível. O desfecho é bem satisfatório, o crescimento dos personagens também vai bem, mas eu senti a falta de alguma coisa. O pior é que eu não sei dizer o que é exatamente. Só sei que ele acaba e me dá uma sensação de que algo ali estava errado. A obsessão de uma vítima não poderia ser pior do que a inocência de um pseudo ditador.

Uma das minhas certezas positivas durante a projeção é a atuação de nossos dois protagonistas: David Hayman (O Menino do Pijama Listrado) e Udo Kier (Bacurau). Principalmente o primeiro. Se esse filme fosse levado para o lado dramático não teria como eles serem ignorados pelas premiações. David Hayman passa com perfeição a dor, a solidão e o desejo interno de vingar sua família morta pelos nazistas. E quando o seu jeitão muda quando nota o seu próprio sorriso em um quadro feito pelo seu possível algoz, é quando vemos a genialidade dessa atuação. Aplausos de pé.

Meu Vizinho Adolf

Conclusão

Apesar do meu certo incômodo de como a narrativa foi conduzida, posso dizer que Meu Vizinho Adolf é uma boa obra a ser vista. Me divertiu em muitos momentos e me fez pensar em outros. A atuação brilhante deve ser considerada positivamente e verão que não é exagero o que falei mais acima. No mais, só fica a minha observação de que ele poderia ter sido um filme maior e mais épico. A premissa é ótima, e senti que muito mais poderia ter sido extraído disso.

Curiosidade

O ator Udo Kier viveu Adolf Hitler na série Hunters do Prime Video.

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Trailer – Meu Vizinho Adolf

Link da notícia

https://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2014/01/livro-defende-tese-de-que-hitler-foi-enterrado-em-cidade-de-mato-grosso.html

Ficha Técnica

Título original: My Neighbor Adolf
Direção: Leon Prudovsky
Roteiro: Dmitry Malinsky e Leon Prudovsky
Elenco: David Hayman, Udo Kier, Olivia Silhavy, Kineret Peled
Onde assistir: Somente nos cinemas
Data de estreia: 25 de maio de 2023
Duração: 96 minutos
País: Israel, Polônia, Colômbia
Gênero: Comédia, Drama
Ano: 2022
Classificação: 14 anos

Bruno Oliveira

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