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‘Midsommar – O Mal Não Espera a Noite’ | CRÍTICA

Cadu Costa

Existem filmes pretensiosos que arrancam aplausos do público na base da força. Força de seu elenco, de sua direção, de sua história. E existem filmes que apenas tem a arrogância de serem clássicos e nunca alcançam de fato. Usam do argumento da subjetividade da arte mas não conseguem entregar um mínimo de personalidade que não seja aclamada apenas pela galerinha pseudo-cult. Este é o caso de Midsommar: O Mal Não Espera a Noite.

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A trama

O novo filme do diretor de “Hereditário”, Ari Aster, veio fazendo barulho. Afinal, seu longa anterior tinha sido adorado pela crítica. Era normal esperar uma expectativa bem grande em cima de Midsommar. E ela realmente tem. Mas só o hype mesmo, porque a produção é arrastada, excessivamente longa e nada chocante.

A saber, sua história gira em torno de Dani (Florence Pugh) e seu namorado Christian (Jack Reynor), que vão para uma vila sueca com amigos após ela sofrer uma tragédia pessoal. Lá, eles conhecem e participam de um culto pagão. No começo, são bem recebidos e cuidados, mas logo vemos as intenções cruéis e absurdas de seus membros.

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‘Já vi esse filme’

Se tem algo que gostamos de fazer no BLAH!ZINGA é ir na contramão do que é feito por aí. Segundo uma pesquisa rápida, todo mundo está amando o filme e destacando sua fotografia e sua história nada convencional. Desculpe, mas aqui vamos dizer claramente que o filme é perdido, um fiapo de roteiro já feito antes em filmes como ‘O Homem de Palha’ (1973) e seu remake “O Sacrifício” (2006), bem como um misto de chatice com histeria coletiva. As cenas das mortes brutais só chocam quem se assusta com sangue em dia de exame médico. “Jogos Mortais” (2004) e suas intermináveis sequências faziam coisas muito mais gráficas e não teve esse auê todo.

Aster, certamente, quis criar uma camada mais densa com os dramas pessoais de seus protagonistas e inovar ao fazer um filme de terror com praticamente todas as tomadas de dia. De fato, a ideia era interessante, mas sem objetividade e com uma narrativa já utilizada até mesmo em “Hereditário”, um filme bom, mas também superestimado.

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Para ‘cults’

Em resumo, Midsommar: O Mal Não Espera a Noite entrega muito pouco e, podemos dizer com clareza, que por não saber onde quer chegar, se torna apático e confuso. Entretanto, se você curte arte subjetiva do tipo ‘quadro branco na parede branca’, bem como filmes que não chegam a lugar algum, que não contam coisa com coisa e são recheados por personagens estúpidos… então, parabéns! Você é um cult e irá amar. Qualquer coisa diferente disso, veja por sua conta e risco.

Por fim, o longa estreia nesta quinta, 19 de setembro. Mais uma vez: a decisão é sua.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Midsommar
Direção: Ari Aster
Elenco: Will Poulter, Florence Pugh, William Jackson Harper
Distribuição: Paris
Data de estreia: qui, 19/09/19
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano de produção: 2019
Duração: 157 minutos
Classificação: 18 anos

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN