MINISTRY MORAL HYGIENE crítica do álbum novo

Ministry apresenta a trilha sonora do fim do mundo com ‘Moral Hygiene’

Cadu Costa

A banda de Al Jourgensen, sempre foi conhecida por seu metal industrial, bate-cabeça destruidor e sentimento de caos apocalíptico. E de acordo com o novo disco do Ministry, Moral Hygiene, temos uma certeza para o estado do mundo hoje: estamos ferrados, mas vamos cair lutando e festejando muito.

“Quão preocupado você está?”, diz uma voz desencarnada na faixa de abertura “Alert Level”. A batida forte faz dançar e os riffs de guitarra atingem quase todo o sentimento de catarse que só o Ministry soube fazer. A realidade sombria das letras continua com “Disinformation”: “Nós estamos todos presos em uma bolha distópica”.

Visão sinistra do mundo

Al Jourgensen sempre teve uma visão sinistra sobre o mundo e ordenadamente ele resume tudo que passa na sua cabeça politicamente certeira. O ex-presidente estadunidense Donald Trump paira sobre “Believe Me”; enquanto “Broken System” fala sobre a destruição do planeta com um senso de responsabilidade coletiva e vergonha.

Há então os chamados às armas enquanto resistência com “We Shall Resist”. Por outro lado, “Good Trouble” leva o ouvinte a “deixar a festa começar e deixar os fascistas de fora”.

Atmosfera mais densa

Musicalmente há uma atmosfera um pouco mais densa do que no predecessor AmeriKKKant, mas esta nova formação do Ministry – com o ex-baixista do Tool, Paul D’Amour; bem como participações de músicos como o guitarrista do Billy Idol, Billy Morrison, e o ex-Megadeth David Ellefson – ainda sabe como extrair a fúria de nosso ser.

E o destaque final vai para “TV Song #6 (Right Around The Corner Mix)” um thrash-industrial completo como só o Ministry sabe fazer.

Ouça e aguarda ansiosamente o fim do mundo. De preferência, com muitas cervejas na mão ao ouvir Moral Hygiene, do Ministry.

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Ouça Moral Hygiene, do Ministry

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN