Foto: Netflix / Divulgação
‘Mistério em Paris’ apresenta um roteiro fraco e preguiçoso
Taynna Gripp
O casal Spitz, formado pelos detetives Nick (Adam Sandler) e Audrey (Jennifer Aniston), está de volta, depois de três anos da farofa bem sucedida Mistério no Mediterrâneo, agora com a continuação, da Netflix, ‘Mistério em Paris’. Ainda que o filme de aproximadamente 90 minutos demore cerca de um terço desse tempo para chegar na cidade destino de seu nome, quando de fato chega em sua locação, temos cenas com um CGI tão pouco competente que fica a sensação de que teria sido melhor executar o longa em outra cidade.
Pouca coisa, de fato, é bem executada nesse filme, salvando apenas a química que os protagonistas ainda têm, mas aqui mais uma vez temos Sandler executando o papel que tantas vezes já o fez, em dado momento se tem até a sensação de que aquelas cenas já foram vistas antes, com aqueles mesmo figurinos.
Leia mais:
- ‘Kill Boksoon’ é uma ótima pedida para os fãs de filmes de ação
- ‘Tetris’ é inofensivo e para família, igual ao jogo
Mesmo depois de terem solucionado um grande mistério, a agência de detetives particular do casal não vai bem das pernas, e a falta de clientes acaba desgastando a relação entre eles. No entanto, tudo parece mudar quando seu amigo Maharajah (Adeel Akhtar), sobrevivente do primeiro filme da dupla, os convida para seu casamento. Dispostos a descansar um pouco, eles embarcam para uma ilha, mas a festa é interrompida quando o noivo é sequestrado.
Outra vez temos a presença de personagens do primeiro longa, mas aqui parecem desconectados da trama. Além disso, as piadas de cunho sexual também são recorrentes, deixando o tempo inteiro a sensação de que o roteiro foi feito por um menino na puberdade.
Os coadjuvantes não têm seus enredos aprofundados suficientemente para criamos algum laço que seja com eles, ou até mesmo para que a suspeita do sequestro recaia em suas costas, apenas somos levados de uma cena cômica com ação à outra, incansavelmente, caminhando por piadas ruins, cenários mal construídos e reviravoltas forçadas.
Ponto positivo
Ao passar por poucas e boas em Paris, o casal fica mais próximo e, assim, renova a chama do amor entre eles. Caminhando para o terceiro ato, temos a revelação do sequestrador e até existe certo furor ao constatar que nem tudo é o que parece, embora pouca coisa pareça realmente interessante na obra.
Ainda temos Jennifer Aniston no tom certeiro para Audrey, esse é o maior ponto positivo do longa. Sua personagem é leve, divertida, sagaz e jovial, enquanto seu par romântico não convence mais, talvez por sua imagem tão desgastada no gênero. Os dois estavam bem melhores juntos em ‘Esposa de Mentirinha’.
Por fim, sendo um primo menos inteligente e mais pobre de ‘Glass Onion’, Mistério em Paris acaba não chegando perto do sucesso do primeiro porque seu roteiro é fraco e preguiçoso, pendendo muito mais para um besteirol do que para um suspense cômico. Uma pena que a Netflix continue investindo em tanta coisa igual, prometendo, com a última cena do filme, até a possibilidade de um terceiro lançamento da franquia.
Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer – ‘Mistério em Paris’
Ficha Técnica
Título original: Murder Mystery 2
Direção: Jeremy Garelick
Roteiro: James Vanderbilt
Elenco: Adam Sandler, Jennifer Aniston, Mark Strong, Adeel Akhtar
Onde assistir: Netflix
Data de estreia: 31 de março de 2023
Duração: 90 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: ação, comédia, policial, romance
Ano: 2023
Classificação: 14 anos
Taynna Gripp
Mais notícias sobre Filmes
ver tudo
