‘MLB The Show 23’ sofre do mesmo problema dos demais jogos esportivos
Felipe de Andrade
A franquia mais importante de beisebol de todos os tempos segue firme e forte nas mãos da Sony, através do San Diego Studio. Este último é o responsável pelos seus jogos desde 2006. Apesar de ter deixado de ser exclusivo dos consoles PlayStation em 2021, e se tornado um título multiplataforma chegando a concorrentes como Xbox e Switch, a marca MLB segue com a gigante japonesa.
MLB The Show 23 chegou a um patamar em que diversos outros principais jogos de esportes, como FIFA e Madden 23, acabaram em uma situação parecida. Em outras palavras, o questionamento sobre o que melhorar de um ano para o outro. Assim como estes dois jogos citados buscam criar novidades para garantir suas vendas, The Show procura se reinventar. Para isso, inclui conteúdos novos e históricos para se manter como representante virtual máximo do beisebol.
- ‘The Sims 4: A Aventura de Crescer’ deixa o jogo mais completo e realista
- ‘Ship of Fools’ consegue divertir com sua mistura de estilos
- ‘Joe Wander and the Enigmatic Adventures’ deixa a desejar na jogabilidade
Game para fãs do esporte
Apesar de ser um jogo de nicho, pois dificilmente agradará a quem não conhece nada do esporte que representa, The Show se esforça para tentar sair daquela ideia de ser taxado como mais do mesmo. Este drama aflige todas as franquias de esportes lançadas há anos para os diversos console. Para isso, busca se apoiar em atualizações de jogabilidade e do elenco dos times disponíveis. Além disso, mais opções de acessibilidade com um grau maior de personalização dos controles. Isso facilita a vida do jogador que não acompanha os jogos da franquia, e novas histórias e homenagens para honrar os atletas e seu legado.
O destaque do ano está no modo Negro Leagues, que garante o bom entendimento sobre a época de maior preconceito racial dentro desse esporte. A saber, isso perdurou entre os anos de 1920 e 1948. Diversas histórias inerentes a época passam a não ser mais desconhecidas do grande público, enquanto jogamos com astros da época dessas ligas em partidas e torneios exclusivos. Todo um estilo visual que remete ao período está presente neste modo, além de animações estádios exclusivos.
Modos clássicos de volta
Demais modos clássicos estão de volta como: Road to The Show, por exemplo. É modo carreira clássico que acompanha a franquia anos após anos, onde criamos um jogador para fazermos a sua história a partida após partida. Diamond Dynasty, similar ao FIFA Ultimate Team da franquia de futebol. Nele criamos um time do zero podendo contratar e até comprar jogadores com dinheiro real através de cards para compor melhor a equipe e participar e competir em partidas online.
March to October é onde participamos de jogos e torneios decisivos em momentos aleatórios organizados pela inteligência artificial do jogo. Franchise, nele nos tornamos gerente de um dos times disponíveis cuidando de contratações, vendas e negociações de jogadores. Além disso, conseguir patrocínios e outras coisas que remetem ao cargo. Aqui é possível participar de todas as partidas, passando por todas as posições do time ou, também, simular os jogos através de escolhas e decisões, deixando o resultado a cargo da IA do jogo.
Outros modos
Outros modos de jogo rápido também estão presentes como Challenge of the Week, Moments, Exhibition. Entretanto o Pratice é onde você deve dar atenção no caso seja um novato. Isso serve para que possa realmente aprender a jogar The Show enquanto pratica e desenvolve suas técnicas.
Diversos pequenos ajustes foram feitos em todo o jogo e arremessar a bola ficou mais fácil. Assim como rebater passa a ser mais instintivo com melhorias em seu sistema de controle. Toda a gameplay pode e vai depender do nível de habilidade dos atletas escolhidos. Isso faz ser mais perceptível a diferença entre jogar com uma estrela do time e um jogador início de carreira. Sem contar aqueles em posições mais baixas do ranking.
Falta de evolução gráfica
Apesar de ser um jogo de nova geração (testamos em um PS5? Mlb The Show 23 não possui uma evolução visual notável quando comparado às duas últimas versões do jogo. Não me leve a mal, tudo ainda é bem representado na tela, como a reconstrução dos estádios históricos e atuais, sendo possível reconhecê-los facilmente pelos fãs mais ávidos. A torcida recebeu mais atenção se mostrando bem cheia e animada. Ela agora responde bem ao que acontece durante as partidas, ainda que com excesso de pessoas realizando animações idênticas a todo momento. Ponto negativo para o gramado que possui uma textura estranha em todos os estádios.
Os modelos construídos em 3D dos jogadores reais são bem feitos. O visual bem fiel e animações competentes, mas, no geral ficam aquém do esperado quando comparados com outros jogos de esporte atuais. O jogo demonstra que é necessário um certo cuidado com as expressões faciais e com excesso de movimentos repetitivos, interações e comemorações. Estes pontos não atrapalham o gameplay, mas conseguem quebrar um pouco a imersão vez ou outra.
O som
A parte sonora é um dos destaques da obra, conseguindo nos transportar com facilidade para dentro da partida, principalmente com o uso de um bom fone com som 3D. Todo o áudio das partidas foi capturado de forma que tudo se torna muito convincente, desde o som das rebatidas aos gritos da torcida.
Infelizmente não há localização nenhuma tanto para o português quanto para diversos outros idiomas. Isso faz com que este continue sendo um jogo de nicho voltado apenas para os fãs do esporte. Esta decisão impede que novos jogadores que não dominam o inglês nem as regras do esporte tenham acesso ao game aproveita ao máximo sua jogabilidade completa e complexa.
Plataformas
Com relação à performance do jogo em diferentes plataformas da nova geração e da antiga, é notório que o jogo se sai bem melhor nos consoles mais recentes como o PS5 e Xbox series X. Com gráficos executados a 4K com 60 de fps que sofrem pequenas quedas dependendo da quantidade de coisas que aparecem na tela ao mesmo tempo, com esta versão fazendo uso de tomadas mais abertas com a câmera mais afastada.
Nos consoles da geração passada roda com 1080p e 40 fps na teoria, já que a taxa varia o tempo todo batendo valores entre 15 e 50 quadros, demonstrando bastante instabilidade ao contrário da sua versão mais parruda. O jogo também chegou ao Switch, que conta com gráficos um pouco piorados devido às limitações do aparelho, que roda a 720p com 30 quadros por segundo. Estes também variam com momentos entre 20 e 40 fps. Nesta versão o jogo parece executado com zoom a maior parte do tempo visando reduzir a quantidade de informações na tela para melhorar a performance, o que acaba evidenciando seus gráficos de qualidade inferior.
Veredito
MLB The Show 23 sofre o mesmo destino que a grande maioria dos jogos de esporte: a falta de conteúdo ou novidade que justifiquem a sua compra ano após ano. Seu principal chamariz, o modo Negro Leagues, é uma ótima adição ao título garantindo inclusão, respeito e homenagens aos atletas da época da segregação racial do meado do século passado. Ainda assim não é o bastante para garantir a compra por quem não é fã de beisebol.
Sua performance mediana em consoles da geração passada, a falta de localização em outros idiomas e a grande curva de aprendizado afasta o jogo do grande público, que busca colocar o jogo e se divertir esporadicamente como fazem em jogos de futebol e basquete por exemplo.
Prós
- boa representação dos estádios
- modo on-line melhorado
- partidas com som de qualidade
Contras
- poucas melhorias
- falta de localização
- gráficos razoáveis
- jogabilidade complexa
Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso: