Leia o review do game Mortal Kombat 1 - Ultraverso

O game está disponível para consoles PC. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Mortal Kombat 1 traz ótima história e visuais incríveis

Felipe de Andrade

Finalmente a hora do Kombate chegou e colocamos as nossas ansiosas mãos neste que é um dos candidatos a melhor jogo de luta deste ano. O game Mortal Kombat 1 fez sua estreia chutando bundas e como disse Dave Bautista, que eternizou Drax, O Destruidor: “Este é um novo reino de possibilidades. Onde lendas serão reescritas e novas alianças são forjadas. Não estamos mais presos ao passado”.

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A citação de Bautista faz referência ao modo história que traz um roteiro inédito. Esse modo se passa na nova linha do tempo criada por Liu Kang, Guardião do Tempo, Deus do Fogo e Protetor do Plano Terreno, após os eventos acompanhados em Mortal Kombat 11, e na expansão Aftermath. Estas aspas definem o novo estilo de luta que inova à franquia com o sistema de kameos e parceiros.

Ao contrário do que foi visto nos dois testes beta que participamos, o sistema de lutadores parceiros é mais complexo do que aparenta. Assim, traz um nível a mais de profundidade para as diversas possibilidades de combinações com o elenco principal.  Aqui, é necessário avaliar os ataques e habilidades de cada parceiro para definir quais deles suprem as necessidades do jogador na hora da luta. Isso ajudará na construção combos mais assertivos para maximizar o dano causado.

Outro ponto obrigatório para o êxito das duplas é observar a tabela de danos elementais. Dessa maneira, conseguindo escolher a parceria ideal baseada nos elementos atrelados a cada personagem e seus pontos fortes e fracos, sendo mais efetivo contra os adversários e perdendo menos vida ao ser atingido.

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Mortal Kombat 1 é uma continuação direta. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Continuação direta

Apesar do que possa parecer, Mortal Kombat 1 é uma continuação direta do jogo anterior da NetherRealm Studios, lançado em 2019. O jogo possui um modo história cinematográfico que conta com lutas e minigames em momentos chave durante os acontecimentos. A qualidade deste modo – que já é costumeiro nos jogos do estúdio e virou referência até para a concorrência – marca presença nos últimos títulos de Mortal Kombat. Além disso, o modo pode ser conferido em Injustice, outra franquia de luta da desenvolvedora, que coloca os personagens da DC Comics para sair no braço uns com os outros.

Esta não é a primeira vez que a história da franquia sofre um reboot, mas é a mais drástica e a que traz mais mudanças para as origens dos personagens. Com a nova realidade criada por Liu Kang, somos apresentados a situações em que rivais viraram irmãos, amigos que agora são inimigos e vice-versa. Assim, acontecem mudanças no status quo de quase todo o lore de Mortal Kombat de uma maneira criativa e que rende uma história que dura entre 5 e 6 horas para terminar, que também é a maior já produzida pelo estúdio.

Kampanha

A campanha começa com Liu Kang, o novo protetor do Plano Terreno, (que agora ocupa o lugar que antes era de Raiden) reunindo campeões para participar do Kombate. Este se trata de um torneio de artes marciais com clima amistoso entre a Terra e a Exoterra criado em parceria com Jerrod, o antigo imperador e marido de Sindel. O torneio acabou se tornando uma tradição secular e que busca manter a paz entre os reinos.

Após o evento, diversos acontecimentos envolvendo velhos inimigos fazem com que esta paz seja quebrada, causando situações graves que podem levar à destruição de toda a realidade. Ficando a cargo dos campeões da Terra impedir os planos de um vilão inesperado.

Durante o desenrolar da trama é possível jogar com a maioria do elenco de lutadores disponíveis e sentir um gostinho das diferenças dos estilos de luta de cada um, mas que pela falta de tempo ainda não será possível eleger o seu lutador favorito, deixando esta missão para os outros modos de jogo.

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O game está disponível para consoles PC. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Outros modos

Dentro do modo single player Kampanha, além da História temos as Torres clássicas e o modo Invasões.

Em Torres é possível escolher 3 opções variando a quantidade de oponentes e ao terminar cada uma é possível desbloquear um final para cada personagem. Outras 2 torres estão presentes com características diferentes: a Sem Fim, onde deve-se derrotar o máximo de oponentes que puder sem ser derrotado; e a Sobrevivente, que permite participar de diversas lutas em sequência sem recuperar a vida do lutador escolhido,  aumentando o nível do desafio.

O modo Invasões é onde participamos de aventuras single player que mudam a cada temporada. Os jogadores deverão completar os eventos em variados cenários e condições para derrotar o chefão final. Na primeira temporada o objetivo é enfrentar um Scorpion transtornado pela morte de sua esposa, que encontra esse destino fatídico em todas as linhas do tempo.

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Falta de conteúdo é dos pontos fracos. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Ponto fraco

Infelizmente, este é o ponto mais fraco do novo jogo de uma franquia famosa por sempre trazer bons conteúdos single player. Para piorar, este modo nem mesmo conta com a dublagem como no modo história. É estranho ver esta falta de conteúdo, já que até mesmo um divertido jogo de corrida de karts já esteve presente em uma investida passada do estúdio. Como não lembrar de Motor Kombat?

Com menos de 2 horas nesse modo percebemos que este conteúdo não irá agradar a todos, pois apesar de parecer ser uma boa ideia trazer a exploração com elementos de RPG em cenários que remetem a jogos de tabuleiro, com lutas únicas e condições diversas, minigames, torres secretas e toneladas de recompensas para destravar, tudo aqui é mal executado dando um fatality na diversão e sendo obrigatório apenas para liberar itens cosméticos e skins para personalização de lutadores.

No modo Versus temos Local, para partidas simples contra um amigo ou a máquina em multiplayer local; Torneio, modo com lutas locais com alguns ajustes de opções completamente dispensável; e o Online, que tivemos a oportunidade de testar por 2 vezes anteriormente em versões o teste dos jogo, mas com algumas novidades.

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Carece de mais conteúdo para fazer jus aos jogos anteriores. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Pacote enxuto

Dividido em 3 opções, temos casual e privado com os mesmos tipos de partidas simples contra um lutador conectado por vez; O Rei do Pedaço, com sessões com vários jogadores onde quem perder passa a vez para o próximo da fila. E a terceira, Ranqueado, onde é possível participar de partidas ranqueadas e ganhar recompensas vinculadas à temporada vigente.

Estes são os poucos modos de jogo disponíveis no lançamento, confirmando que Mortal Kombat 1 apesar de ser um ótimo jogo de luta, com uma jogabilidade incrível e viciante ao que se propõe, traz um pacote muito enxuto que carece de mais conteúdo para fazer jus aos jogos anteriores da franquia.

Outras opções disponíveis no menu principal são:

  • Kustomizar, com opção de personalizar o visual de lutadores e parceiros com os itens cosméticos desbloqueados nos modos de jogo ou comprados na loja online;
  • Aprender, que permite treinar as habilidades com os lutadores contra um adversário programável, usar tutoriais para aprender o básico sobre golpes e combos, e ainda praticar fatalities de lutadores e parceiros;
  • Extras, que se divide em santuário e coleção, onde podemos trocar moedas por recompensas aleatórias e acompanhar artes conceituais, músicas e filmes desbloqueados, respectivamente.
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O game está disponível para consoles PC. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Ponto alto

A saber, a jogabilidade segue sendo o ponto alto e com certeza irá render disputas épicas no modo online entre os jogadores que possuem tempo para investir e se aperfeiçoar. Isso não quer dizer que os jogadores que só querem pegar o controle e se divertir sem muito compromisso com recompensas e evolução de perfil não possam enfrentar outros jogadores na comunidade online de Mortal Kombat 1.

Tudo é intuitivo e com uma ou duas olhadas na lista de golpes e o mínimo de treino, é possível vencer lutadores mais experientes encaixando golpes em sequências que podem ser feitas com apenas um botão em alguns casos.

O visual é estonteante e leva a Unreal Engine 4 ao máximo deixando o jogo simplesmente lindo. Além disso, as animações e efeitos especiais de todos os golpes, o sistema de iluminação, o design dos quase 20 cenários e suas variações, os trajes dos lutadores, e por aí vai. Tudo é muito bem feito e conta com um nível de capricho pouco visto em jogos de luta nessa nova geração. Podemos apreciar esse visual testando o jogo em um Playstation 5. Entretanto, a exceção, logicamente, fica com a versão do Switch, que sofre muito por causa das limitações inerentes ao console da Nintendo.

No quesito som o jogo também faz bonito e conta com uma trilha orquestrada maravilhosa. Assim, todas as músicas são agradáveis sendo desbloqueadas e reproduzidas no menu Extras.

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Ótima dublagem. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Ótima dublagem

A dublagem como sempre nos jogos da Warner é muito boa, contando com vozes que encaixam bem com os lutadores e suas personalidades. Dessa maneira, a localização para o português brasileiros é competente e possui maneirismos e referências que o jogador mais antenado irá perceber por vez ou outra, como quando Johnny Cage diz a frase “não é feitiçaria, é tecnologia”, em um momento da história. Infelizmente, a bola fora fica por conta do modo Invasões que, por algum motivo estranho e não divulgado, não recebeu a dublagem.

Como citamos no teste beta, diversas opções de acessibilidade estão presentes. Agora, temos noção do trabalho que o estúdio realizou para o jogo ser acessado por pessoas com deficiência. Além do leitor de tela para os menus e da audiodescrição que narra o que está acontecendo na tela (ambos ainda sem otimização para português), estão presentes melhorias para comunicação, como conversão de fala em texto e de texto em fala para o bate-papo, além de configurações de volume e sinais sonoros referentes à movimentação e ações de lutadores pelo cenário.

Portanto, é possível perceber que a equipe desenvolvedora se empenhou para levar o game Mortal Kombat 1 para todos os jogadores. Pelo menos no que importa, que são as lutas, eles mandaram muito bem. No entanto, em relação à falta de conteúdo e modos de jogo, só nos resta aguardar para ver o que o futuro do título nos reserva.

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O game está disponível para consoles PC. Foto: reprodução / Warner Bros. Games

Veredito do game Mortal Kombat 1

Mortal Kombat 1 faz bonito nas lutas com uma jogabilidade mais intuitiva, acessível e direta ao ponto do que seu antecessor. O jogo possui um elenco bem variado composto de personagens conhecidos dos fãs vindos de jogos passados. Além disso, o game traz ótima história e visuais incríveis na nova geração de consoles.

Entretanto, o título deixa a desejar quanto aos modos de jogo e conteúdo single player. Os jogos da franquia precisam de conteúdo variado nestes quesitos. Isto piora com o esquecível modo Invasões, que não agradará a todos, o que diminui a diversão e o fator replay.

Vamos torcer para que a NetherRealm lance novas opções, funcionalidades e personagens com atualizações futuras para tornar este o melhor Mortal Kombat já feito.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop:

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Prós

  • Melhor história da franquia
  • Visual deslumbrante
  • Trilha sonora épica
  • Jogabilidade intuitiva
  • Acessibilidade com opções inéditas

Contras

  • Falta de conteúdo
  • Modo Invasões decepciona
  • A krypta faz falta
  • Não possui cross-play entre plataformas no lançamento

Trailer do game Mortal Kombat 1

Felipe de Andrade

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