‘Mulher-Hulk’ representa uma nova fase da Marvel Studios

Chegamos ao final da quarta fase do MCU em uma histórica jornada de altos e baixos com oito séries e um sétimo filme a caminho. E para fechar com chave de ouro a controversa primeira linha oficial da Marvel Studios nas telinhas, a contraparte feminina do Dr. Bruce Benner ganhou finalmente seus holofotes com Mulher-Hulk: Defensora de Heróis.

A passagem de bastão dos nossos heróis clássicos que brandiram seus escudos e uniformes cintilantes continua a todo vapor. O último dos seis vingadores originais ganha uma nova aliada quando Jennifer Waters (Tatiana Maslany) sofre um acidente de carro com seu primo. O gigante esmeralda conhecida como Hulk (Mark Ruffalo). A partir daí, é iniciada a jornada de uma advogada que tem de lidar com o fato de se tornar uma mulher fisicamente forte e que atrai os holofotes que ela tentou evitar por anos.

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Mistura positiva

Ao contrário da maioria das outras sete produções da Marvel lançadas no Disney Plus, Mulher-Hulk, assim como Wandavision, sabe ser de fato uma série de TV, e não apenas um filme grande que foi dividido. A mistura de humor, ação, metalinguagem, pautas de empoderamento e críticas sociais, criaram uma perigosa mistura química cujo resultado foi extremamente positivo.

Os efeitos especiais bastante duvidosos que assustaram os espectadores no início, foram aos poucos sendo ignorados quando mesclados com um roteiro ácido, divertido e com participações especiais cirúrgicas que agregam à trama. A jornada pessoal de Waters é cativante, carismática, e deixa um delicioso gosto de querer mais daquele universo maluco e desajustado.

Ao final de seus oito episódios semanais, é difícil escolher um momento como o mais marcante da produção, mas vamos levantar alguns que de fato faram história na Casa das Ideias.

Metalinguagem

A metalinguagem não é nenhuma novidade na cultura pop, mesmo nos filmes de heróis desde Deadpool, mas pode-se dizer que foi extremamente precisa e necessária para tornar esta série uma queridinha nos verdadeiros fãs de quadrinhos. Jennifer começou a quebrar a quarta parede nas mãos de John Byrne nos anos 80, e inesperadamente este recurso foi escalando e avançando conforme passavam os episódios. Uma Jen que somente falava com o público aos poucos mostrou saber que é uma personagem de seriado, começou a influenciar no andamento de sua história, e chegou ao ponto de sair do layout de sua plataforma e invadir outro título. Sem contar, é claro, com a maravilhosa ode à série clássica do Incrível Hulk de Lou Ferrigno.

Empoderamento e crítica social

Falando brevemente da parte de empoderamento e crítica social trazida na série (e que dariam um texto inteiro à parte), foi um deleite ver que a produção já conhecia seu público hater antes mesmo de sair o primeiro episódio, tornando esta parte indesejada da crítica não somente preconceituosa e misógina, mas completamente previsível. O uso de comentários e jargões clássicos de pseudo-espectadores sexistas foi um passo importantíssimo para esta nova Marvel, e um experimento que poderá trazer frutos incríveis na vindoura fase cinco.

Ao fim, Mulher-Hulk foi a porta aberta para Charlie Cox retornar como o Demolidor, em uma roupagem que pode ser vista como desrespeitosa para os fãs unicamente da série co-produzida pela Netflix, mas que faz bastante jus ao personagem nos quadrinhos (em suma à maravilhosa fase escrita por Mark Waid).

Esta grande chave verde inicia o adeus para a fase mais polêmica da Casa das Ideias, com um olhar empolgante para o futuro (onde Hulk tem seu filho Skaar, Jen e Matt estão namorando e o Abominável foi para o Kamar Taj), e nos faz lembrar que um gênero saturado pode ter uma sobrevida quando explora outros tipos de abordagem.

Onde assistir a série Mulher-Hulk: Defensora de Heróis?

A saber, Mulher-Hulk: Defensora de Heróis está disponível para assinantes da Disney Plus desde 18 de agosto de 2022

Trailer da série Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, da Disney Plus

Mulher-Hulk: Defensora de Heróis (Disney Plus): elenco da série

Tatiana Maslany
Jameela Jamil
Ginger Gonzaga
Mark Ruffalo
Josh Segarra
Mark Linn-Baker
Tess Malis Kincaid
Tim Roth
Benedict Wong
Charlie Cox

Ficha Técnica

Título original: She-Hulk: Attorney at Law
Criação: Jessica Gao
Direção: Kat Coiro, Anu Valia
Roteiro: Jessica Gao, Francesca Gailes, Jacqueline J. Gailes, Melissa Hunter, Dana Schwartz, Kara Brown, Zeb Wells, Cody Ziglar
Temporada: 1
Episódios: 8
Duração: 35 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: comédia, ficção-científica, ação, aventura
Ano: 2022
Classificação: 14 anos

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

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