MULTIVERSO | Robôs: a revolução foi ‘televisionada’ e você não reparou
Marcelo Negrão
As Três Leis da Robótica:
1) Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
2) Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei;
3) Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Caso não esteja familiarizado (a), estas três leis servem para proteger a humanidade e promover uma coexistência pacifica com os robôs. São também a base das histórias escritas pelo grande Isaac Asimov (1920-1992). Há quem afirme que o autor é responsável por inspirar boa parte das criações tecnológicas de hoje. Isso porque que seus contos e livros – como “Eu, Robô” e “Fundação” – permearam a infância de importantes inventores. Essa influência é tão grande que, se você assistir a algumas de suas entrevistas disponíveis no YouTube, dirá que estaria prevendo o futuro.
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Mas é claro que esse papo de robôs ainda está restrito a ficção cientifica e filmes de ação… Ou será que não?
Olhe à sua volta. Certamente está cercado de máquinas por todos os lados, TVs, tablets, celulares, carros e muitas outras que já funcionam com algum nível de Inteligência Artificial, te analisando, gravando onde vai, o que você come, bem como filmes e séries que acompanha e produtos que consome. Mas a falta de um corpo físico ou até um rosto nos distancia da realidade de que muitas faculdades e empresas têm investido pesado na robótica não só como programas complexos, mas como assistentes físicos para o dia a dia como o simpático ASIMO, da Honda (homenagem clara ao autor Asimov), e o não tão simpático, mas impressionante ATLAS, da Boston Dynamics.
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Filmes como “O Exterminador do Futuro”, de 1984, e “Matrix”, de 1999, mostram um futuro onde essa realidade deu muito errado e a humanidade luta para apenas sobreviver. Por outro lado, filmes como “O Homem Bicentenário”, de 1999, baseado em um conto de Asimov, mostra algo mais otimista. Se fizermos uma busca no Google por filmes de robôs, veremos uma lista bastante diversa que engloba títulos que vão desde “Metrópolis”, de 1927, a “RoboCop”, de 1987. Vamos aqui destacar dois filmes que mostram bem essa interação entre humanos e máquinas:
“Chappie”, de 2015, com direção de Neill Blomkamp, mostra um futuro violento em que a força policial foi substituída por robôs. Contudo, quando um de seus modelos apresenta defeito, põe toda a polícia na mira da opinião pública. Esses eventos despertam um interesse especial no cientista Deon (Dav Patel), que vê ali uma grande oportunidade. Todavia, o conservador e veterano de guerra Vincent (Hugh Jackman) tenta provar a todo custo que o uso da IA é e sempre será a pior opção.
O filme é recheado de ação, mas consegue ir um pouco mais a fundo no tema.
Já “Ex_Machina”, de 2014, com direção de Alex Garland, acompanha o jovem programador Caleb (Domhnall Gleeson), que, ao vencer um concurso, terá a oportunidade de acompanhar as pesquisas sobre Inteligência artificial do bilionário Nathan (Oscar Isaac). Entretanto, assim que chega em suas instalações, conhece o principal projeto de Nathan: a extraordinária robô Ava (Alicia Vikander). Com esse grande elenco e com muitos prêmios, o filme foge do clichê de perseguição e explosões e aposta em um roteiro voltado para a ficção cientifica clássica.
Enfim, são duas ótimas dicas para assistir no fim de semana. Tem outras sugestões? Então, deixe aqui nos comentários!