Leia a crítica do filme Muti: Crime e Poder (2023) - Ultraverso

Filme policial está em cartaz nos cinemas. Foto: Divulgação / A2 Filmes

Muti: Crime e Poder perde a oportunidade de ser um filme interessante

Bruno Oliveira

A primeira coisa que me perguntei sobre esse filme foi: “O que é Muti?”. Isso é explicado e vou parafrasear. Muti é um termo usado para medicina tradicional na África do Sul. Essa medicina tradicional africana deriva de produtos naturais extraídos de árvores. Até aí tudo bem. O problema é que ocorrem cerimônias de assassinato e mutilação em certos rituais de muti. Assim, adicionam-se partes humanas ao medicamento para o paciente. Bizarro e, até onde pude conferir, é real. É com essa premissa que Muti: Crime e Poder que está em cartaz nos cinemas.

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O detetive Lucas Boyd (Cole Hauser) vive um inferno particular por achar que a morte de sua filha foi culpa dele. Tendo que lidar com isso, acaba caindo em um caso onde jovens estão sendo mortos e mutilados. Ao notar que tais mortes ocorrem de forma ritualística, ele resolve pedir ajuda ao professor Mackles (Morgan Freeman), um antropólogo e um profundo conhecedor de culturas africanas. A partir daí, uma corrida para salvar outros jovens começa e converge em uma linha entre a sanidade e a loucura.

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A construção do filme é competente, mas é deixada de lado. Foto: Divulgação / A2 Filmes

Boa preparação de terreno e uma péssima execução

O filme começa na Itália, onde um policial chega a cena uma cena de crime. Ali, houve um ritual e a vítima está morta. Claramente, tal policial parece transtornado e, de cara, compramos a ideia de que esse será o nosso amargurado protagonista. Só que não é, e logo mais notamos que ele é quase um figurante em toda a trama, pois a história se passa inteiramente nos Estados Unidos. Ele serve apenas para dar informações quase “ex machinas” e assim possibilitar capturar o assassino mais para frente.

Logo depois desse início que não leva a – quase – lugar algum, conhecemos o personagem do Dr. Makles, vivido por Morgan Freeman (Seven: Os Sete Crimes Capitais), e ele explica rapidamente que podemos nos chocar com outras culturas só por serem muito diferentes da nossa. Esse é o terreno já preparado para entendermos melhor a prática de muti. Até aí tudo bem, e logo somos apresentados ao assassino que, à primeira vista, parece ser um cara invencível.

A construção do filme é competente, só que isso tudo é deixado de lado. O que poderia ser uma aventura perturbadora e sinistra à lá ‘8mm: Oito Milímetros’ de 1999, se torna um mistério policial genérico e chato. Ele não nos instiga o suficiente e nós só acompanhamos tudo no piloto automático. Em seu final, tenta dar uma reviravolta, mas mesmo isso não é suficiente para fazer com que ele se torne algo interessante e minimamente memorável. Isso tudo sem contar que o ator Cole Hauser (Yellowstone) possui 0 carisma para sustentar o papel de protagonista deste longa.

Morgan Freeman interpreta o professor Mackles. Foto: Divulgação / A2 Filmes

Conclusão

O filme não é horroroso, mas não tem nada que o faça ser interessante. O assassino parece invencível de início, no entanto se torna um qualquer lá para o final. O policial italiano que parecia ser o protagonista no início só serve para passar informações tiradas da cartola para o protagonista. Até mesmo quando a reviravolta poderia ser algo realmente interessante, ele prefere terminar e deixar como está. Nosso protagonista mesmo, não fez nada. A recomendação fica apenas para passar o tempo comendo uma pipoca fresquinha.

Trailer do filme Muti: Crime e Poder

Ficha Técnica do filme Muti: Crime e Poder

Título original: The Ritual Killer

Direção: George Gallo

Roteiro: Joe Lemmon, Francesco Cinquemani e Giorgia Iannone

Elenco: Cole Hauser, Morgan Freeman, Vernon Davis, Murielle Hilaire, Brianl Kurlander

Onde assistir: Cinemas

Data de estreia: 24 de agosto de 2023

Duração: 92 minutos

País: Estados Unidos da América

Gênero: Policial, Mistério

Ano: 2023

Classificação: 16 anos

Bruno Oliveira

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