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Nada de Novo no Front crítica do filme Netflix (2022)

A paz que não existe em ‘Nada de Novo no Front’

Jorge Feitosa

Empolgado como quase todos os jovens alemães para conquistar a França, Paul Baümer (Felix Kammerer) nem se dá conta de que acaba de receber o uniforme reformado de um conterrâneo morto na frente de batalha. Mas, assim como os outros integrantes da Juventude de Ferro e o próprio Kaiser, ele logo iria descobrir que o avanço nessa marcha viria com um custo inestimável em vidas perdidas.

Aposta da Alemanha para o Oscar 2023, Nada de Novo no Front (Im Westen Nichts Neues) entra em cartaz na Netflix como a mais nova adaptação do livro homônimo de Eric Maria Remarque, um soldado veterano das trincheiras da 1ª Guerra Mundial que escreveu um registro célebre do horror e da insensatez de um conflito que matou milhões de pessoas.

Conflitos

Dirigido por Edward Berger, a história é narrada sob o ponto de vista de dois personagens: o soldado Paul e o político Matthias Erzberger (Daniel Brühl), que negociava a paz com a França enquanto soldados caíam como moscas diante do fogo inimigo e do gás venenoso. Tudo por uma expansão imperialista que não avançava mais que uns poucos metros na conquista de territórios.

Mais focado em mostrar os conflitos vividos pelos personagens, Berger não se furta a tecer momentos de uma simplicidade bucólica enquanto, ao fundo, aviões riscam os céus em batalha. Já em outros, o medo e a fome não despertam nada mais que o desejo de voltar pra casa, mesmo com uma rendição humilhante.

Uma paz que Nada de Novo no Front faz ser engolida sem nenhuma perspectiva de dias melhores. Porque os termos da rendição fariam com que Erzberger fosse assassinado anos depois como um traidor da pátria por extremistas e a penúria imposta ao povo alemão provocou a ascensão do nazismo.