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Dirigido por Chuck Konzelman e Cary Solomon, está em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme Nefarious. Leia a nossa crítica completa.

Nefarious apresenta a guerra entre o bem e o mal de uma maneira que não vemos claramente

Bruno Oliveira

Nefarious é um filme de terror diferente. Ele não mostra nada aterrorizante na sua cara, não te dá sustos habituais do gênero e não vai te deixar traumatizado para a vida toda. O marketing dele em seu trailer coloca os seguintes dizeres: “a produção mais fiel sobre exorcismo e possessão demoníaca, segundo as autoridades da igreja católica”. Isso chama bastante a atenção. Apesar desses dizeres serem um pouco exagerados, possui um cunho de razão. O que vi aqui foi um filme inesperado, altamente psicológico e que me agradou em sua gênese.

Me surpreendeu

Comecei a ver esse longa de uma forma bem cética. O fato de haver apenas atores B na produção me fez olhar um pouco torto. Às vezes, me pego nesse tipo de preconceito. De certa forma, não estava tudo errado. Nosso protagonista é bastante canastrão e seu parceiro de cena encarna trejeitos que parecem ter sido encenados na escola de atuação. Passada essa impressão inicial, as coisas começam a ganhar forma e o que eu achava brega foi se transformando em algo realmente bom.

Roteiro envolvente que te prende

Um viva para o seu roteiro que foi feito pelos diretores Cary Solomon e Chuck Konzelman (ambos de 40 Dias: O Milagre da Vida) em cima do livro A Nefarious Plot, escrito por Steve Deace. O longa se passa quase todo com uma conversa entre o prisioneiro e seu psiquiatra. O roteiro é importante porque são duas pessoas jogando conversa fora e quando você pensa que nada está levando a lugar nenhum as coisas começam a acontecer. Nada de sobrenatural dá as caras por aqui, mas a tensão na conversa aumenta e até mesmo nós começamos a duvidar da verdade proferida pelo perigoso serial killer.

Afinal, Edward está possuído por um demônio ou está apenas fingindo para que ganhe o atestado de insanidade e assim tenha sua condenação à morte cancelada? Assim como nosso protagonista, também ficamos confusos. Ora ele nos convence que sim, ora nos convence que não. Gostei bastante desse jogo entre os personagens, mas não gostei de seu final, pois ele define com certeza o que estava acontecendo. A dúvida cessa e temos a certeza do que realmente aconteceu. Se deixassem tudo dúbio até o apagar das luzes teria sido brilhante. Embora entenda que esse final tenha sido preciso para que coisas ditas no meio da projeção fizessem sentido.

Dirigido por Chuck Konzelman e Cary Solomon – Foto: Divulgação / A2 Filmes

Conclusão

Nefarious é um bom filme que acabei apreciando despretensiosamente. Tem pouco valor de produção, mas o roteiro compensa com bons diálogos que nos deixam interessados com o que está por vir. Um filme de terror diferente do esperado e que me agradou bastante. Entendo por que ele possa parecer mais realista do que outras coisas que já vimos por aí. Não chega a nos dar medo, mas nos deixa um pouco apreensivos. A guerra entre o bem e o mal está por aí, nós só não vemos claramente.

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