Foto: Pandora Filmes / Divulgação

‘Nintendo e Eu’ desperta uma nostalgia adormecida que mexe com o emocional

Bruno Oliveira

‘Nintendo e Eu‘ ou ‘Death of Nintendo’, no original (esse segundo título faz mais sentido), é uma produção conjunta entre Estados Unidos, Filipinas e Cingapura que teve sua estreia em 2020. Ele foi selecionado para grandes festivais como o Festival Internacional de Cinema de Toronto e o Festival de Cinema de Berlim. Chegou a fazer um certo burburinho na época, mas foi praticamente esquecido no caminho. Só agora, ele ganhou uma data de estreia em nosso país.

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Paolo (Noel Comia Jr.) é dono de um Nintendo clássico lá no longínquo início dos anos 90. Junto com seus amigos, sempre se reúnem para jogar na casa dele. Após um terremoto sacudir a região e deixá-los sem luz devido a um vulcão em iminência de entrar em erupção, eles precisarão sair de dentro de casa para se reunirem do lado de fora. Agora, eles passarão por descobertas e experiências que irão defini-los como pessoas para o resto de suas vidas.

Nintendo e Eu filme
Foto: Pandora Filmes / Divulgação

Saudades de um tempo que jamais retornará

Gostar ou não de um filme requer uma certa bagagem histórica. O que não me comove pode mexer com alguém mais novo justamente por ser a primeira vez que vê algo do tipo e assim marcá-lo para sempre. Assim como posso ver um filme da época em que eu era adolescente e uma pessoa mais nova simplesmente ignorar por não ser da época dela. Esse segundo exemplo se encaixa perfeitamente em mim. O que esses meninos viveram nesse longa, eu vivi justamente no início dos anos 90.

Junta isso e o fato de que o diretor Rayan Martin (Independência) se baseou no filme ‘Conta Comigo’ de 1986 para fazer este longa, e assim temos a fórmula perfeita para me conquistar. Não passei por exatamente nada que essas crianças passaram, mas o sentimento de amizade está ali entranhado. A falsa esperança de que serão amigos para sempre perpetua aqui e mal sabem que esse pode ser o momento mais feliz de suas vidas. A transição da infância para a puberdade é justamente a idade em que o mundo começa a mudar em nossas cabeças e quando começamos a ver a vida com outros olhos. A quebra da inocência e o início de verdades dolorosas vêm à tona.

Ele não é maravilhoso e acho que peca demais por ter um ritmo bem devagar. Além disso, por mais que percebamos que eles possuem uma grande amizade, não conseguimos entender como é a relação pessoal de cada um ali. Ainda temos o relacionamento de cada um com suas respectivas mães e de certa forma isso não possui um desfecho. A relação paterna é completamente ignorada e alguns subplots são só deixados para lá sem que haja um final apropriado para cada ponta solta.

Conclusão

Assim, o título em português ‘Nintendo e Eu’ não me traz muita coisa, já o ‘Death of Nintendo’ (Morte do Nintendo), me diz muito. Ele marca justamente uma época de transição. O fim de uma era e o início de outra. Ele me despertou uma nostalgia adormecida que mexeu com meu emocional. Mesmo sabendo que ele possui algumas falhas de condução e escolhas, ainda me deixou com um certo sorriso no rosto por ver um núcleo de amizade tão ingênua e sincera. Como eu já tive uma vez em minha vida.

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Trailer – Nintendo e Eu

Ficha Técnica

Título original: Death of Nitendo
Direção: Raya Martin
Roteiro: Valerie Castillo Martinez
Elenco: Noel Comia Jr., John Vincent Servilla, Kim Chloie Oquendo, Jigger Sementilla, Agot Isidro, Moi Mercampo, Elijah Alejo e Cayden Williams
Onde assistir: Somente nos cinemas
Data de estreia: 27 de abril de 2023
Duração: 99 minutos
País: Estados Unidos, Filipinas e Cingapura
Gênero: Drama, Comédia
Ano: 2020
Classificação: 14 anos

Bruno Oliveira

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