HOME| Filmes

Noites Brutais crítica do filme da Netflix 2022

‘Noites Brutais’ é, possivelmente, o melhor terror do ano

Bruno Oliveira

Eu começo essa resenha tentando entender as cabeças por trás do Star Plus. Sabe-se que o serviço é da Disney e que boa parte de seu acervo é da antiga Fox (atual 20th Century Studios) e da Hulu. Noites Brutais (Barbarian) é o quarto filme desse ano que foi lançado direto no streaming, mas que tinha um grande potencial de angariar uma boa bilheteria por aqui. Só em 2022 tivemos: Fresh, Sem Saída e Predador: A Caçada. Todos no estilo terror/suspense de ótima qualidade. Fiquei feliz de ver em casa, mas o novo lançamento deveria ser visto nos cinemas.

Sinopse

Na trama, Tess (Goergina Campbell) vai para uma entrevista de emprego em Detroit e aluga uma casa no Airbnb. Chegando lá, ela descobre que já tem uma pessoa na casa. O rapaz se chama Keith (Bill Skarsgard) e alugou a mesma casa por um outro aplicativo. A noite é chuvosa, a vizinhança é estranha e não existe vaga em nenhum hotel da cidade. A jovem se vê obrigada, então, a passar a noite no local mesmo que na presença de um estranho. Ao dormir, logo, vai descobrir que não deveria ter contrariado o seu bom senso.

Melhor terror do ano? Talvez

Noites Brutais já vem sendo aclamado há algumas semanas como o melhor terror do ano. Vamos lá, calma! Ele é bom sim. Entretém, deixa o espectador nervoso, quebra expectativas, mas não diria que é o melhor. No entanto, certamente estará incluído nos “top 10” de bastante gente.

O seu maior trunfo no meu ver é a quebra de expectativa. O longa começa de um jeito manso, com um erro trivial da vida e com duas pessoas que nunca se viram antes. A tensão cresce e é nesse momento em que começamos a imaginar as inúmeras situações que poderão surgir em tela. Para o bem da minha diversão, eu falhei em todas e pude aproveitar tudo do início ao fim. Ok, só por esse detalhe ele realmente já possa ser o melhor do ano.

Suspense

Temos um outro fator que engrandece a obra: o suspense. Você não sabe o que vai acontecer e, quando ocorre, não entendemos muito bem o que estamos vendo. A escolha por filmar em um lugar escuro é perfeita e faz parte do cenário. É preciso iluminar com alguma luz, seja da lanterna, seja do celular. Com isso, fica aberta a ‘temporada’ de sustos a qualquer momento e em qualquer lugar. Quando a figura do terror enfim aparece, a cena corta e vamos para outro lugar que não tem nada a ver com o que estamos vendo.

Essa quebra de ritmo é excelente. Era como se víssemos apenas um prelúdio do filme e que, agora sim, estamos começando a ver o longa de verdade. A diferença é que dessa vez já sabemos tudo o que está acontecendo e ficamos nervosos porque o risco de morte (ou susto) já é muito claro em nossa cabeça. Na parte final, temos uma outra quebra dessas, mas não fica claro sobre o que é e quem seria esse novo personagem. Um mistério que podemos apenas deduzir ou que fica para uma possível continuação.

Conclusão

Definitivamente, Noites Brutais é uma das melhores obras do estilo do ano. Melhor? Ainda não decidi, mas ela pode ser forte candidata a isso. Acredito que muitos assistirão ao filme apenas como um terror normal. Uma pena, porque acho que ele tem um algo a mais. Só não darei nota máxima por causa de seu final abrupto e por não tê-lo assistido no cinema. Ver em casa perdeu um pouco de seu glamour. A tela grande aliada ao som perfeito da produção fez falta para um total discernimento da obra.