
‘Nosferatu’ é um filme audacioso e tecnicamente impecável
Bruno Oliveira
No ano de 1922, Nosferatu estreou e causou uma grande revolução ao mesmo tempo que se transformou em um dos maiores clássicos do cinema. Por ser claramente baseado (e copiado) no Drácula de Bram Stoker foi movida uma ação legal para que todas as cópias do longa fossem destruídas. Felizmente, algumas cópias foram preservadas e ele pôde fazer parte do imaginário popular. 102 anos depois, o diretor Robert Eggers (A Bruxa), que ouso dizer que ainda não errou nessa carreira, nos dá um prazer de um remake baseado nessa história. Algumas pessoas podem não gostar desse filme, mas ele nos traz uma curiosidade e um terror diferente que nos faz ficar tensos em vários momentos.
Sinopse
Durante os anos 1800 na Alemanha, acompanhamos o rico e misterioso Conde Orlok (Bill Skarsgard) na busca por um novo lar. O vendedor de imóveis Thomas Hutter (Nicholas Hoult) fica responsável por conduzir os negócios de Orlok e, então, viaja para as montanhas da Transilvânia para prosseguir com as burocracias da nova propriedade do nobre. O que Thomas não esperava era encontrar o mal encarnado. Enquanto isso, longe dali, Ellen (Lily-Rose Depp), esposa de Hutter, é continuamente perturbada por sonhos assustadores que se conectam com o suposto homem que seu marido foi encontrar sozinho. A estranha relação entre Ellen e a criatura moverá um monte de situações sombrias e tenebrosas.
- ‘Babygirl’ é irregular e conta com boas atuações e uma direção mediana
- ‘MMA: Meu Melhor Amigo’ é um filme fraco com boa intenção
- ‘A Verdadeira Dor’ é um belo drama sobre família e origens
Tecnicamente impecável
Até agora ainda não decidi se gostei dele ou não. Mesmo com essa dúvida, consigo me garantir em algumas certezas. Esse é um belo trabalho técnico junto com grandes atuações e um clima gótico pesado que me fez ficar incomodado em diversos momentos. Desde o seu início, esse clima pesado cai sobre a gente e nos deixa completamente imóveis e hipnotizados pelo o que estamos vendo em tela. Suas cores sem vida dão o tom da narrativa e somos transportados para esse lugar onde o sobrenatural está a espreita e a peste está chegando.
O carinho com o longa original
A minha sensação foi de estar vendo um filme de 1920 com os aspectos tecnológicos de hoje. Robert Eggs é um dos melhores diretores da nova geração e ele cria uma boa obra que nos dá essa sensação e que nos coloca em uma grande imersão que se sairmos dela podemos cair na galhofa. É engraçado vir aqui dizer que nunca vi o original, e mesmo assim o conhecer tanto que pude entender todas as nuances colocadas pelo novo diretor que remete diretamente ao longa original. Esses detalhes podem passar despercebidos pela maioria, mas esse carinho é colocado na tela e isso o deixa muito melhor.
História já conhecida
O grande problema nele para mim foi o fato de eu conhecer toda a história. Sim, é um remake, mas estamos falando também de uma cópia descarada do Drácula de Bram Stoker. O famoso copia, mas faz diferente ocorreu por aqui, e com isso eu já sabia tudo o que iria acontecer e na ordem. Isso me deixou um pouco não interessado na história por um tempo. O que me resgatou de volta foram as atuações dos protagonistas que estão em um nível bem elevado. Lily-Rose Depp (O Rei) me fez acreditar que ela estava possuída de verdade e manda bem demais. Bill Skargard (It – A Coisa) fez uma composição de personagem incrível que é impossível não ter medo do Conde Orlok.
Conclusão
Chegando ao fim desse texto eu consigo perceber que gostei de Nosferatu, mas com alguns adendos. Não acho que ele chegará a ser um sucesso comercial. Não achei ele muito palatável para o público, mas certamente ele traz um frescor para o cinema que dá uma certa felicidade interna. Diretores como Eggers podem até vir a errar, mas é muito bom ver como eles tentam algo. Não ficam em uma zona de conforto onde o básico se resolve. Essa audácia dá um gosto a mais para quem gosta de cinema de verdade.
A Sombra do Vampiro
Ainda em tempo, quero deixar uma dica para assistirem A Sombra do Vampiro. A história conta, de forma fictícia, os bastidores do Nosferatu de 1922 e descobrem que o Conde Orlok é um vampiro de verdade. Vale a pena como um bom complemento.
Onde assistir ao filme Nosferatu?
O filme Nosferatu está em cartaz nos cinemas brasileiros.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.
Elenco de Nosferatu
Lily-Rose Depp
Nicholar Hoult
Bill Skarsgard
Aaron Taylor-Johnson
Willerm Dafoe
Emma Corrin
Ralph Ineson
Simon McBurney
Trailer – Nosferatu
Ficha técnica – Nosferatu
Título original: Nosferatu
Direção: Robert Eggers
Roteiro: Robert Eggers
Data de estreia: 02 de janeiro de 2025
Duração: 133 minutos
País: Estados Unidos da América, Reino Unido, Hungria
Gênero: horror
Ano: 2024
Classificação: 16 anos