afrohorror

divulgação: Cartola

‘Palmares’ e ‘Afro Horror’ trazem novos autores negros contra o racismo

Alvaro Tallarico

Cada vez mais os autores negros ganham espaço na literatura nacional. Agora no final de 2020, duas edições vem com temas específicos, um deles é “AfroHorror – Medos Ancestrais”, organizado pelo escritor Alec Silva. A obra traz contos 17 histórias, de 12 escritores negros. Além da questão do terror, que passa por assassinos, monstros e misticismo, visa provocar reflexões e debates mais profundos sobre racismo, identidade, pertencimento e, claro, representatividade.

“Então, foi uma experiência. E um aprendizado. Foi uma coletânea na qual pude convidar alguns autores talentosos e trabalhar um tema que já faz barulho lá fora, o afrohorror já visto em filmes como Corra! e Nós, além de alguns livros de autores afroamericanos. Algo que até então não tinha no Brasil.”, diz Alec.

Aliás, “Afro Horror” pode ser adquirido aqui:

https://livrariadacartola.com.br/produto/afrohorror/

Posteriormente, a escritora Meg Mendes assumiu a missão de selecionar histórias escritas por autores negros brasileiros. Porém, tendo como base um local específico: o Quilombo dos Palmares. Os contos abordam as vivências e desafios da época e louvam essa ancestralidade.

Em “Palmares”, o mais famoso quilombo do Brasil é base para novas histórias (imagem: Cartola Editora)

A princípio, esse quilombo ganhou fama na era colonial brasileira, no Estado de Alagoas, e virou símbolo da resistência à escravidão. Uma outra ótima obra também fala de acontecimentos que ocorreram por lá, a HQ do professor, historiador, ilustrador, Marcelo D’Salete, Angola Janga, sobre a qual já falei anteriormente aqui.

O livro “Palmares” segue um outro caminho. “O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo da América Latina e chegou a reunir cerca de 20 mil habitantes. Ele foi um grande símbolo da resistência negra no Brasil.
Composta por autores negros, a antologia ‘Palmares’ traz contos que se passam no quilombo. O projeto almeja dar visibilidade para os autores contemporâneos, novos ou não, no mercado editorial.’, diz a organizadora e escritora Meg Mendes.

A saber, está à venda em campanha de financiamento aqui: https://www.catarse.me/palmares

Por fim, são duas obras que trazem novos autores da literatura nacional, contudo, com foco especial e necessário na representatividade negra. Ou seja, uma bela iniciativa.

Alvaro Tallarico

Jornalista vivente andante (não necessariamente nessa ordem), cidadão do mundo, pacifista, divulgador da arte como expressão da busca pela reflexão e transcendência humana. @viventeandante
NAN