‘O Amor Move Ondas’: um filme água com açúcar, mas sem açúcar
Bruno Oliveira
O Amor Move Ondas (Pod Wiatr) é um novo filme polonês incluído recentemente no catálogo na Netflix. Primeiro de tudo gostaria de dar os parabéns para quem deu esse título a ele. Não tem nada demais, mas eu achei genial.
Isso porque seu original é “Pod Wiatr”, que, em português literal, quer dizer “No Vento”. Ele faz alusão ao kitesurf, esporte que o protagonista pratica. A modalidade se caracteriza pelo uso de uma prancha e uma pipa que o faz se movimentar pelo mar criando altas manobras.
Em seu início, conhecemos Ania, vivida por Sonia Mietielica (Teatroteka: Beauty), uma menina de Varsóvia que cursa medicina em Londres. Ela possui uma aura um pouco depressiva e viaja com seu pai, sua madrasta e seu novo irmãozinho para passar o verão na região praiana. Chegando em seu destino ela conhece Michal (Jakub Sasak, de Silêncio na Floresta), um jovem garçom e professor de kitesurf que fará com que ela volte a ter o prazer na vida.
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Clichê e sem alma
Devo confessar que detestei O Amor Move Ondas. Sei que, no fundo, não é tão horrível assim, mas me pegou em um dia sem paciência para algo ruim. Tenho detalhes que fazem relevar essa minha opinião forte, mas primeiro vou falar de tudo o que não gostei.
O filme é clichê até dizer chega. Afinal, sabemos exatamente tudo o que vai acontecer. Tem aquela fórmula clássica desse tipo de história. Poderia até ser um feijão com arroz bom, mas não é.
O roteiro é ruim demais. O texto cria situações infantis e outras que não levam a lugar nenhum. Um exemplo é uma funcionária do hotel que parece ser um grande megera e não leva a nada. Outra situação esquisita é a do primo que é apaixonado pela jovem e quer casar com ela. Isso é jogado de forma tão canhestra que fiquei até confuso. Mas o pior o clímax da produção, quando acontece algo sério e não dá em absolutamente nada. Situações são criadas para nada.
Tanto faz
A nossa protagonista tem um motivo para ser deprimida. Não entrarei em detalhes, mas é algo que já dá para sacar desde o início. Para mostrar o quanto está mal, ela fica usando um moletom durante todo o filme. Um moletom cinza em um ambiente de praia, o filme todo. Essa é a única prova de que ela está mal. Se você não sabe disso, simplesmente a vê como uma pessoa normal que só está de saco cheio das formalidades.
A solução desse baixo astral é resolvido de uma forma bem piegas. Mas a resolução visual da depressão dela é “maravilhosa”. Ela tira esse maldito moletom cinza sem vida e coloca um vestidinho vermelho bem de menina mesmo para mostrar e dizer: “agora eu estou bem e posso seguir minha vida”.
Enfim, vale a pena assistir ao filme O Amor Move Ondas? Prontamente eu diria que não. Ele é ruim em vários quesitos. Já mencionei alguns pontos e outros deixei de fora porque não caberia aqui.
Mas eu sou o tipo de pessoa que sempre consegue ver algo que se salva. Embora tenha sido difícil, poderia dizer que é uma história de amor e superação que deve ser apreciada enquanto você esteja varrendo a casa. Não vai perder nada que realmente seja importante e vai poder riscá-lo da lista após acabar.
Onde assistir ao filme O Amor Move Ondas
A saber, o filme O Amor Move Ondas já se encontra disponível no serviço da Netflix desde 10 de fevereiro de 2022. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
Trailer do filme O Amor Move Ondas, da Netflix
O Amor Move Ondas (Netflix): elenco do filme
Sonia Mietielica
Jakub Sasak
Waleria Gorobets
Sebastian Dela
Ficha Técnica
Título original: Pod Wiatr
Direção: Kristoffer Rus
Roteiro: Julian Kijowski e Patrycja Mnich
Duração: 108 minutos
País: Polônia
Gênero: romance
Classificação: 14 anos