O Apocalipse do Amor crítica do filme Netflix 2022

Foto: Netflix / Divulgação

‘O Apocalipse do Amor’ apela para uma surpresa sem sentido

Wilson Spiler

O cinema turco vem ganhando cada vez mais espaço no mundo, muito graças à Netflix, que vem lançando produções do país quase que semanalmente em seu cartaz. Talvez os filmes que mais tenham marcado essa leva de filmes sejam Milagre na Cela 7 e Filhos de Istambul, com tramas diferentes, mas que geraram grande comoção entre os assinantes do serviço.

Agora, chega ao catálogo da Netflix nesta segunda-feira (22) mais um filme turco que deve fazer sucesso no streaming: O Apocalipse do Amor (Askin Kiyameti), que conta a história de Firat (Boran Kuzum), um publicitário que, após a falência da empresa e cheio de dívidas, aceita o convite de uma grande amiga para um retiro de ioga a fim de distrair a cabeça. No local, ele conhece a cantora Banu (Pınar Deniz), por quem se apaixona perdidamente. Os dois, então, se juntam em uma jornada de autodescoberta.

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Apelação

Assim como nas produções supracitadas, O Apocalipse do Amor tenta fisgar o espectador pelo coração. Mas também como nos filmes aos quais me referi, o faz de forma apelativa, abusando de uma trilha sonora muito calcada no violino e no piano, com alterações de volume e tom no intuito de projetar uma dramaticidade maior do que o longa proporciona.

Com dois protagonistas sem grande carisma e amigos como alívio cômico, a produção não consegue emocionar nem ao menos cativar para que o público torça pelo romance dos dois. A direção também apela para recursos visuais que sempre enchem os olhos do espectador como paisagens paradisíacas e belos atores. Mas nem só de belezas e trilhas sonoras vive o filme. O roteiro é escasso e previsível, com uma história que força uma química entre os protagonistas e tem um desfecho completamente sem sentido.

Explicando o final de O Apocalipse do Amor: o que significa?

Se você pretende ler essa parte, está sob risco de spoilers. Alguns filmes trazem plot twists que surpreendem o espectador de forma positiva. O diretor M. Night Shyamalan é um mestre nisso, com obras como O Sexto Sentido, A Vila e Fragmentado. É uma virada na trama que pega o público de forma inesperada, mas que vai sendo construída ao longo da trama sem grandes alardes e fazem sentido dentro do enredo.

O Apocalipse do Amor tenta fazer isso e, de certa maneira, até surpreende. Mas qual o sentido para aquele desfecho? Em que ponto da trama somos levados a entender o seu encerramento? O protagonista chega até a brigar no hospital pela sua amada após o acidente, mas, de repente, se veem todos num “limbo entre existir e se tornar luz”, como diz o próprio filme.

OK, o longa é todo circundado por uma aura espiritual, mas como isso aconteceu? É citada até a pandemia, a fisioterapia de Banu, entre outros fatores que nos levam a crer que o único ideia do roteirista Yilmaz Erdogan era simplesmente surpreender por surpreender, sem exatamente explicar o por quê disso.

Onde assistir ao filme O Apocalipse do Amor?

A saber, O Apocalipse do Amor estreou nesta segunda-feira, 20 de maio de 2022, no catálogo da Netflix.

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Trailer do filme O Apocalipse do Amor, da Netflix

O Apocalipse do Amor (Netflix): elenco do filme

Boran Kuzum
Pınar Deniz
Yiğit Kirazcı

Ficha Técnica: O Apocalipse do Amor, da Netflix

Título original do filme: Askin Kiyameti
Direção: Hilal Saral
Roteiro: Yilmaz Erdogan
Duração: 100 minutos
País: Turquia
Gênero: drama e romance
Ano: 2022
Classificação: 14 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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