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O Bom Patrão El Buen Patrón crítica do filme 2021 Star Plus

Javier Bardem arrasa (pra variar) na boa dramédia ‘O Bom Patrão’

Bruno Oliveira

Dirigido e roteirizado por Fernando León de Aranoa (Segunda-Feira ao Sol) e estrelado pelo sempre excelente Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez), O Bom Patrão (El Buen Patrón) é o novo filme espanhol que chegou esse mês ao catálogo do Star Plus. O longa foi o escolhido da Espanha para disputar o Oscar desse ano, mas não conseguiu chegar entre os finalistas. Em compensação, foi o grande vencedor do Goya 2022, a maior premiação do cinema espanhol, levando como Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator. Com esse currículo, acho que é uma obra que merece minimamente uma conferida.

Na trama, Blanco (Javier Bardem), é o “bom patrão” do título. O protagonista é o dono de uma empresa que constrói balanças de todos os tamanhos e tipos. Podemos dizer que ele administra muito bem os seus negócios e seus empregados. Na semana em que o personagem espera uma visita técnica para possivelmente ser premiado com a maior honraria do ramo, começam a aparecer problemas um atrás do outro. Principalmente no que se refere aos seus trabalhadores. Agora, ele tem que lidar com tudo sem deixar seu império desmoronar.

Ótima dramédia

O nosso protagonista exerce o papel daquele chefe padrão. Ele sempre tenta manter o bom humor com todos, faz aquela piada sem graça aqui e ali e é duro quando tem que ser. Poderia dizer também que acaba sendo uma grande paródia da função. Mas nada exagerado, na medida perfeita o suficiente para rirmos e lembrarmos que já tivemos um chefe assim. O personagem também é do tipo que considera todos os seus funcionários como se fosse uma família. Isso é real até certo ponto. Tudo tem limites.

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O drama e a comédia de O Bom Patrão vem justamente daí. Por considerar a todos como uma grande família, o chefe decide que tem que ajudar todo mundo. Ele só se esquece que em alguns problemas não tem que se meter. Nessa de tentar ajudar a todos, tenta salvar um casamento de um antigo funcionário; tira parente da prisão de outro; busca apaziguar o clima quente em seus setores; enquanto ele mesmo arruma sarna para se coçar sendo um grande mulherengo, principalmente quando falamos das estagiárias. Sem falar do ex-empregado que faz um protesto do lado de fora da fábrica.

Isso tudo se junta e vai nos mostrando as maluquices do dia a dia em que ele se encontra. A escolha de uma fábrica de balanças não é à toa. Essa opção acaba sendo uma grande metáfora para toda a história. A busca pelo equilíbrio acaba sendo mais árdua do que qualquer outra coisa. Em determinado momento da projeção, o protagonista diz que, para se equilibrar uma balança, as vezes é preciso desequilibrá-la em um certo momento. Isso acontece aqui de forma literal e metafórica também.

Javier Bardem é um monstro

É impossível passar por aqui sem falar um pouco de Javier Bardem. Não me lembro de ter visto alguma atuação ruim dele e não foi aqui que isso mudou. Vê-lo em cena é sempre incrível. Um simples diálogo acaba sendo algo fantástico. Seus trejeitos soam todos naturais, até quando não são para ser. Digo, sem dúvida, que ele é um dos melhores atores dessa geração. Se não tiver certeza sobre assistir ao filme, veja só por causa dele então.

Conclusão

O Bom Patrão é uma ótima produção. Não é do tipo que irá mudar vidas, mas garanto a satisfação ao seu final. Uma boa direção junto com um bom roteiro, aliados a uma ótima atuação do protagonista, nos dá elementos mais do que suficientes para conferi-lo sem medo.

Críticas ao Star Plus

Aproveito esse texto também para fazer duas reclamações ao serviço do Star Plus. A primeira é que não há opções de legendas para esse título, apenas dublagem em português e espanhol. A segunda reclamação é o fato de que se for procurar por “o bom patrão” não o encontrará. Só consegui achá-lo no catálogo após ter colocado o nome original, que, no caso, é “el buen patrón”. Não é a primeira vez que isso acontece e continuarei reclamando até darem jeito. Nem todos saberiam o seu nome original para isso.