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‘O Canto do Cisne’: Mahershala Ali é excelente em sedutor drama de sci-fi

Jhone Silva

A clonagem é uma abordagem tão perturbadora e bizarra que naturalmente se presta a aventuras sinistras (e às vezes traiçoeiras). Mas o filme O Canto do Cisne (Swan Song), um drama de ficção científica escrito e dirigido por Benjamin Cleary, postula um cenário de duplicação que envolve tanto a aquisição de inteligência emocional quanto o reconhecimento de ramificações existenciais e práticas da vida.

Cameron (Mahershala Ali) é um designer gráfico enfermo que não tem muito tempo de vida. Relutante em abandonar sua esposa, Poppy (Naomie Harris), e seu filho, ele secretamente realiza um procedimento que criará uma réplica de si mesmo – fisicamente idêntico, possuindo suas memórias, mas saudável. Mas o clone realmente será Cameron em algum sentido significativo ou ele simplesmente estará cumprindo o papel de Cameron em vida? Sua família vai notar? E Cameron está bem com isso?

Depois de um episódio especialmente assustador, a mudança ficou programada para acontecer em um complexo isolado em um lago, onde a cuidadosa, mas inflexível cientista (Glenn Close) garante a Cameron que esse tipo de coisa logo será comum. Temos uma noção dos parâmetros de ficção científica deste mundo por meio de uma mistura de detalhes banais e suaves do cotidiano: carros sem motorista são a regra, androides falantes servem lanches em trens e lentes de contato podem registrar e transmitir o que você vê.

Formas desconhecidas de dor, fé e amor

A história de Cleary nos mostra as etapas da transição de Cameron. Ele conhece seu novo “doppelgänger” em carne e osso – temporariamente chamado Jack – e carrega suas memórias. Um leve alívio cômico vem das interações de Cameron com uma pessoa recentemente transferida (Awkwafina) no complexo. Temos vislumbres da vida familiar do personagem e suas tensões, bem como um flashback de seu encontro fofo com Poppy, tudo sugerindo como a dor, a fé e o amor podem assumir formas desconhecidas com novas possibilidades tecnológicas.

Mas qualquer conceito alucinante ou efeito especial empalidece diante da incrível performance de Mahershala Ali. Cameron e Jack são um estudo fascinante nas mudanças mais sutis de energia e sentimento. Quando Cameron encontra seu clone pela primeira vez, a confusão, apreensão, curiosidade e preocupação é aparente no rosto de Cameron, mas o toque final de Ali é a tênue expressão de simpatia de Jack para com o homem que ele irá substituir.

Ademais, o design de som sutil e refinado também recebe as melhores notas. Os sons ambientais do tamborilar suave das gotas de chuva na floresta e a corrente quente de energia emitida de sua casa feliz aumentam de forma audível a jornada contemplativa de Cameron – uma que vale a pena percorrer.

Olha estimulante sobre vida, amor e perda

O foco e a presença de Ali nos fazem acreditar que esses dois homens estão igualmente vivos e sentindo o impacto desta situação profundamente misteriosa. Sempre que algo dá errado, nos preocupamos menos com a distopia da caixa de Pandora do que com o custo psicológico do limbo de Cameron.

Por fim, mesmo apesar de alguns tropeços aqui ou ali, quando o filme O Canto do Cisne chega ao fim, é claro que é extremamente bem-sucedido em mostrar a ficção científica em sua forma mais despojada e emocionante – um olhar estimulante sobre a vida, o amor e perda que ressoa profundamente, onde o poderoso Mahershala Ali nos lembra mais uma vez porque ele já é um dos maiores de todos os tempos.

Onde assistir ao filme O Canto do Cisne?

A saber, o filme O Canto do Cisne está disponível para assinantes da Apple TV+. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Trailer do filme O Canto do Cisne

O Canto do Cisne: elenco do filme

Mahershala Ali
Naomie Harris
Awkwafina
Glenn Close

Ficha Técnica

Título original: Swan Song
Direção: Benjamin Cleary
Roteiro: Benjamin Cleary
Data de estreia: sexta-feira, 17/12/2021
Onde assistir: Apple TV+
Duração: 116 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Drama e Ficção Científica
Ano de produção: 
Classificação: 14 anos

Jhone Silva

Um jovem paulistano que aproveita a boemia da maior cidade brasileira, embora prefira ficar trancado em seu quarto lendo, assistindo, escutando e jogando e fazendo arte. Mas sempre com uma qualidade duvidável, é claro.
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