CRÍTICA | ‘O Chamado do Mal’ tenta enfoque diferente dos repetitivos filmes de terror

Stenlånd Leandro

Não faz tanto tempo assim que o terror voltou a dar alegrias constantes e a revigorar a experiência no cinema com o gênero. Após Exorcista, muita coisa aconteceu, A Filha do Mal, Exorcismo de Emily Rose e Invocação do Mal trilharam bons caminhos, estes são alguns dos filmes que acenderam a fogueira da esperança para muitos órfãos do melhor terror produzido desde o famoso longa-metragem de William Friedkin. O Chamado do Mal (Malicious) é aquele tipo de longa-metragem que quer tentar fazer você não dormir à noite.

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A história contada pelo diretor Michael Winnick mostra Adam (Josh Stewart) e Lisa (Bojana Novakovic), casal que passa a ser perseguido por uma entidade maligna. O início é bem clichê, apesar de não ter crianças ‘nascidas’ envolvidas, aquelas que sempre são assombradas por um espírito. Na trama, há um casal que espera um bebê e acaba se mudando para um lugarejo bem afastado de tudo e todos, lá começam a sofrer com uma entidade que estaria supostamente presa numa caixinha de madeira, aberta pela esposa.

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Essa trama comum, risível e totalmente previsível, resulta em problemas entre o casal. Adam, o marido, pede para que em sua ausência, sua mulher (Lisa) não faça nenhum tipo de esforço. Em seguida, Lisa sofre um aborto espontâneo sob circunstâncias misteriosas, o que faz com que ela não perca só o bebê, mas fique impossibilitada de dar à luz novamente. Essa entidade faz com que Lisa comece a questionar sua sanidade e também a de seu marido.

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Até aí tudo bem e não há Plot Twist. Tudo que acontece é bastante comum em um filme deste formato. Não é ruim, mas longe de ter predicados suficientes para lhe por de frente para um telão cujo ingresso custe assombrosos R$ 30,00. Na verdade, o valor do ingresso nos dias de hoje tendem a lhe assustar muito mais do que essa suposta entidade. Josh Stewart e Bojana Novakovic até que atuam bem, cumprindo seus respectivos papéis de forma calma e comedida, sem gritos e correria. A tensão fica mais para os aspectos psicológicos do casal, como a mudança de comportamento de ambos.

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O tema sobre entidades atrapalhando a sanidade das pessoas com objetos caindo, tvs ligando, fantasmas no espelho é, além de comum, bastante polêmico. Vários filmes, inclusive narrativas de outros gêneros, investiram em cenas que lembram muito Poltergeist. Certamente, ao estarem no cinema, dando uma chance a esta película, diversos olhares assustados predominarão e, não serão à toa. O filme possui realmente momentos angustiantes na performance de um cego, que ao ser seduzido por um espírito, mostra olhos esbranquiçados. É um momento bastante aterrorizante, mas todo o esforço registrado se encerra de forma absolutamente revoltante.

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Mesmo que a produção tente de todas as formas, ela cai em alguns problemas comuns. O personagem de um cego ‘vidente’ que tem seu sexto sentido bastante aguçado, por exemplo, já vimos em outros filmes e está longe de ser qualquer tipo de novidade. Quanto ao lado funcional, há alguns erros de roteiro e a filmagem mostra que a parceria da equipe de fotografia com a de arte não foi eficaz.

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A concepção e a execução da atmosfera visual do filme está bem longe de funcional. Já sabemos quando ocorrerá o famoso jump scare e também quando algo funesto está por vir. Há justamente uma predileção voltada para a sonoplastia do filme, fazendo com que quem assista venha deduzir quando haverá um momento de susto. Apesar da utilização de clichês, O Chamado do Mal se destaca por tentar dar um enfoque diferente dos repetitivos filmes de terror.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Malicious
Direção: Michael Winnick
Roteiro: Michael Winnick
Elenco: Josh Stewart, Delroy Lindo, Bojana Novakovic
Distribuição: Imagem
Data de estreia: qui, 06/12/18
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano de produção: 2017
Duração: 95 minutos
Classificação: 14 anos

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!

NAN