‘O Cristal Encantado: A Era da Resistência’ (Netflix) | CRÍTICA
Gilda Nobrega
O Cristal Encantado: A Era da Resistência (The Dark Crystal: Age of Resistance) ressurge após 37 anos, de forma emblemática, mágica e nostálgica. O universo dos bonecos aliado com efeitos visuais (nada simplórios), figurinos exuberantes, músicas tradicionais e ambientação totalmente única, fazem da série um deleite audiovisual. Portanto, estamos falando de um marco do gênero fantasia.
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O original
Embora, seja orquestrado apenas com bonecos estilo fantoches (com um toque de animatronic), com cenário rico, detalhado e feito de maneira artesanal, a nova roupagem de “O Cristal Encantado”, originalmente lançado em 1982, teve tudo e muito mais em seus 10 episódios da Netflix do que seu idealizador Jim Henson e Frank Oz (Muppets) apresentaram em pouco mais de uma hora no clássico filme original. Desta forma, a série possui todos os requisitos para se tornar um dos maiores sucessos no gênero e possivelmente da gigante do streaming.
Tanto a história quanto os elementos visuais são dignos de comparação com clássicos como: “O Senhor dos Anéis”, “As Crônicas de Nárnia” e “Game of Thrones”, com pitadas de “Família Dinossauro”.
PERSONAGENS
Assim como no longa original, a narrativa é sombria e, diferentemente da anterior, elementos místicos são muito mais explorados e detalhados. Além disso, novos personagens são adicionados à história. À primeira vista, já se percebe que é o Cristal Encantado quem dá origem à vida na terra de Thra. Por outro lado, Rian, Brea e Deet ( jovens da raça Gelfling) descobrem um tenebroso segredo dos até então venerados Skeksis (raça monstruosa que busca a imortalidade) e se veem obrigados a fazer todos os esforços possíveis para proteger o Cristal.
SETE CLÃS
Em síntese, a raça Gelflings está dividida em sete clãs que se diferenciam entre si pelo modo de vida: pelas roupas, expressões, pinturas faciais, cores de cabelos e penteados. Contudo, todos estão sob a liderança suprema da Gran-Maudra (voz de Helena Bonham Carter), que é uma espécie de matriarca. Ainda mais importante é frisar que essa é um história basicamente sobre o empoderamento feminino, onde todas as lideres de clãs são mulheres. Por outro lado, é a própria Mãe Aughra, a mística protetora do Cristal e de toda a terra de Thra, quem faz concessões aos Skeksis para cuidar de seu povo em troca de um observatório que lhe permite estudar as estrelas.
Definitivamente, podemos afirmar que a série conseguiu mostrar – com louvor – toda a magia e encantamento dos fantoches e de quebra elevou o sonho Jim Henson a outro patamar. A produção, a atmosfera, atuação dos bonecos, efeitos especiais, são irretocáveis! Afinal, o filme original levou 5 anos para ser finalizado, enquanto a Netflix conseguiu em 6 meses o equivalente a dois longas.
Assim, O Cristal Encantado: A Era da Resistência segue a receita dos grandes clássicos para cativar não apenas os aficionados do gênero, mas o público em geral. Além disso, com novos e importantes personagens, nasceu uma nova abordagem, muito divertida e, ao mesmo tempo, intrigante e envolvente. Sendo assim, ideal para um novo tipo de público.
Embora a temporada comece um tanto complexa, principalmente na apresentação dos personagens, com o desenrolar dos acontecimentos, o roteiro vai ganhando força. A princípio, tudo nos leva a crer que teremos uma nova temporada e os habitantes de Thra voltarão com tudo para dar continuidade às aventuras e histórias dessas criaturas mitológicas tão encantadoras.
::: TRAILER
Direção: Louis Leterrier
Produção: Netflix
Roteiro original: Jim Henson
Distribuição: Netflix
País: EUA
Gênero: Animação / Fantasia
Ano de produção: 2019
Elenco: Anya Taylor, Nathalie Emmanuel, Taron Egerton, Donna Kimball
Classificação: 12 anos