‘O Despertar das Formigas’ | CRÍTICA

Na cena que abre o longa, Isabel (Daniela Valenciano) está finalizando um bolo em reunião familiar e, em um momento de desconexão mental com o que se passa em sua volta, começa a despedaçar o bolo com suas próprias mãos. Ela come alguns pedaços até que algum parente lhe chama e ela sai do mundo fantástico e entrega o bolo em perfeitas condições. Era apenas um sinal do despertar das formigas ou de si mesma.

https://youtu.be/QHnUG_SIYYo

Indicado da Costa Rica ao Oscar de melhor filme estrangeiro, O Despertar das Formigas (El Despertar de las Hormigas) mostra Isabel sofrendo pressão do marido e do seu entorno para dar o terceiro filho ao casal.

Alcides (Leynar Gomez), seu marido, fica, inclusive, escolhendo o nome para o novo filho com suas outras filhas. Isabel sente o desconforto, mas vai levando sua vida. Com dificuldade financeira e o descaso de sua sogra para consigo.

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Enquanto todos ao seu redor, cobram o terceiro filho, sofre calada com medo do marido expor que ela não quer mais um filho. Isabel ama a família que tem, mas não quer mais uma criança. Então, ela sofre calada sem que Alcides desconfie que o seu desejo é um tormento para sua esposa.

Apesar das paralisações mentais, ela promove algumas mudanças em sua vida, o que inclui não ter esse filho. No entanto, ao ser descoberta pela irmã de Alcides, ela se vê em uma encruzilhada.

Visto dessa forma, parece que temos um filme de opressão e abuso, mas o outro lado sequer parece perceber o que acontece. Afinal, as cobranças são muito sutis e existe uma harmonia familiar, o que torna O Despertar das Formigas curioso e instigante para sabermos até onde vai essa suposta tranquilidade.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: El despertar de las Hormigas
Direção: Antonella Sudasassi
Elenco: Daniela Valenciano, Leynar Gómez, Isabella Moscoso
Distribuição: Klaxon Cultura Audiovisual
Data de estreia: qui, 16/01/20
País: Costa Rica, Espanha
Gênero: drama
Ano de produção: 2019
Duração: 94 minutos
Classificação: 14 anos