‘O Nascimento do Mal’ é mais um filme de terror genérico
Bruno Oliveira
Eu sou um profundo fã de filmes de terror, sempre tento ver todos os que chegam aos cinemas, mas acaba sendo humanamente impossível para mim. Faço o que posso e a grande verdade é que a maioria deles são genéricos. Pegam uma fórmula e seguem a risca todos os clichés que o gênero demanda. Infelizmente, ‘O Nascimento do Mal‘ cai nessa armadilha corriqueira, mesmo que possua uma premissa interessante. O que começa promissor, logo decai para a mesmice.
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Julie Rivers (Melissa Barrera) está grávida de quase sete meses e está se mudando junto com o seu marido, Daniel Rivers (Guy Burnet), para uma nova casa que precisa de alguns reparos. Após uma discussão com o seu marido, Julie cai da escada e coloca a vida de sua filha em risco. Para não correr nenhum perigo, o médico pede para que ela repouse durante os dois próximos meses para evitar qualquer tipo de esforço. O tédio junto com traumas do passado irão chegar e fazer com que Julie não saiba mais se está presenciando fenômenos fantasmagóricos em sua casa ou não.
Prejudicado pela falta de originalidade
Antes de começar a escrever qualquer resenha, sempre dou uma olhadinha no trailer para se ter uma ideia do que exatamente vou escrever. Fiz isso dessa vez e me deparei com um trailer maravilhoso, que nem parece ser o mesmo filme que vi. Eles conseguiram pegar os melhores momentos, junto com uma edição ágil, e mais uma narração em off sobre gravidez que realmente deixa tudo muito melhor. Uma pena esse clima não estar presente no longa como um todo.
O seu início é bom, por um momento até esqueci que estava vendo uma obra de terror. Comprei a ideia de um casal “grávido” se mudando para uma nova casa. Minha felicidade acabou na primeira manifestação sobrenatural da história. O que ocorre a partir disso é uma sucessão de elementos que já vimos por aí: uma casa nova que provavelmente já morreu gente; câmera estática no quarto do bebê no melhor estilo Atividade Paranormal; a bolinha saindo debaixo da cama; sustos esperados; lentidão no desenrolar da história; e a perda do medo quando as tramas se revelam. No meu caso, nem medo tive, no máximo uma apreensão de tomar um susto.
Em determinado momento do longa temops a hipótese de nossa protagonista estar no meio de um surto psicótico devido a traumas recentes não resolvidos. Essa parte da trama é simplesmente jogada no meio de tudo, talvez se tivesse mostrado esse detalhe no início, o público aceitasse isso melhor. Essa foi outra oportunidade jogada fora por esse roteiro que tenta nos dar algo, mas não consegue entregar nada.
Melissa Barrera
O meu maior elogio vai ficar para a nossa nova musa do terror, Melissa Barrera. A conheci em ‘Em Um Bairro de Nova York‘ (2021) cantando e dançando, e logo após já era a nova protagonista da franquia Pânico. Não vou dizer que ela brilha por aqui, mas ela tem seus momentos. Principalmente no ato final quando as coisas realmente acontecem. Escutá-la gritando com vontade junto com ela proferindo palavrões pesados contra uma entidade me fez sorrir. Ponto alto.
Conclusão
É duro dizer isso, mas ‘O Nascimento do Mal‘ é mais um filme de terror genérico que chega ao mercado. Lógico que ele vai agradar uma grande parcela de quem ama o estilo, mas não traz absolutamente nada de novo e isso acaba o tornando uma cópia de algo que já vimos. Mesmo que ele tenha uma ideia promissora, o seu molde nos remete a algo repetitivo e cansativo. Como falei, ainda assim terão pessoas que irão gostar dele, seja um novo fã ou alguém sedento por algo do gênero.
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Trailer – ‘O Nascimento do Mal’
Ficha Técnica
Título original: Bed Rest
Direção e roteiro: Lori Evans Taylor
Elenco: Melissa Barrera, Guy Burnet, Edie Inksetter, Sebastian Billingsley-Rodriguez, Erik Athavale, Kristen Sawatzky
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 11 de maio de 2023
Duração: 90 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Terror, Mistério
Ano: 2023
Classificação: 12 anos