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Leia a crítica do filme O Paí, Ó 2 - Ultraverso

Ó Paí, Ó 2 é muito mais bem resolvido que o primeiro filme

Bruno Oliveira

O primeiro Ó Paí, Ó é de 2007, e não há dúvidas que foi um grande sucesso do cinema nacional. Esse sucesso foi tão grande que conseguiu garantir uma série de mesmo nome que durou duas temporadas e um total de apenas 10 episódios que seguia a vida dos moradores do cortiço localizado no Pelourinho, Salvador, Bahia. O Paí, Ó 2 chega em 2023 para mostrar como está a vida desses personagens únicos e peculiares e como a amizade entre eles continua forte, apesar das desavenças corriqueiras.

Bobo, mas sabe cultuar as origens pretas baianas

Esse filme no geral é bobo, simples e possui soluções bem fáceis de roteiro. Em qualquer outro exemplar isso seria o suficiente para afundar o longa, mas aqui não. Pois, ao meu ver, ele é maior do que esses detalhes técnicos. A união dos personagens e a ode a cultura preta baiana se sobressaem perante esses meros detalhes. Ainda assim, é bom afirmar que tais pormenores quase colocam tudo a perder com resoluções beirando o amadorismo e apelando ao lúdico para resolver situações do dia a dia.

Muito saudosismo não faz a trama se aprofundar

A direção de Viviane Ferreira (Um Dia Com Jerusa) é muito mais bem resolvida do que a do filme original. As coisas não são tão picadas e conseguimos entender melhor o rumo de todos os personagens. Mesmo assim, vale comentar que o número gigante de personagens deixa a história muito rasa e dá pouco espaço para o aprofundamento dos protagonistas centrais. Tem gente que já entra lá pro final da projeção como pessoas importantes e não fazem nada. Fica claro que só está ali por homenagem e saudosismo. Essa falta de polimento, buscando apenas o fã-service, também soa um pouco desconexo com todo o resto.

Longa é protagonizado por Lázaro Ramos e dirigido por Viviane Ferreira – Foto: Divulgação / Globo Filmes

Poderia ter sido um musical

Outro detalhe que poderia ter elevado esse filme bem acima do que ele é: poderia se assumir totalmente como um musical. Temos ótimos momentos com essas características no longa, mas ele não se agarra a isso. Talvez, com um medo do público geral que não gosta desse estilo. É uma pena, pois, seus melhores momentos são justamente quando temos uma música no contexto. Ainda mais quando isso vem de Roque, nosso protagonista.

Conclusão

Ó Paí, Ó 2, no geral, é muito mais bem resolvido do que o seu original. Melhor direção, roteiro um pouco menos picotado e o uso melhor de seus personagens. Mas ainda cai em armadilhas bobas que tiram um pouco de credibilidade do todo, mas, na maior parte das vezes, é uma boa diversão principalmente para quem viu o longa original e a série. Ainda vou apertar a tecla dizendo que ele seria muito melhor se abraçasse o lúdico dos musicais. Cairia como uma luva nessa doideira desse cortiço do Pelourinho.

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