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Crítica do filme O Perfumista da Netflix 2022

‘O Perfumista’ vai além da visão do espectador

Jorge Feitosa

Desprovida de olfato, a policial Sunny (Emilia Schüle) topa com um caso irônico: uma série de assassinatos de mulheres que têm suas glândulas sudoríparas perfuradas, perpetrada por um perfumista que busca um odor que o faça ser amado pelas outras pessoas.

Em cartaz na Netflix, O Perfumista (Der Parfumeur) é um filme inspirado no best-seller O Perfume, de Patrick Süskind, onde um jovem que não possui odor algum, mas um olfato aguçado e uma memória prodigiosa, consegue extrair a essência de belas mulheres.

Já no filme, Sunny vive um romance com um colega de profissão recém-separado (Robert Finster) e, isso, somado à sua condição de não conseguir sentir o cheiro da pessoa amada, tornam-na alguém extremamente vulnerável. A ponto de fazer um acordo com o assassino vivido por Ludwig Simon para que este lhe ajude a reestabelecer o olfato.

Trama simples

Com uma trama bem simples e sem mistério algum, o diretor Nils Willbrandt usa cores vivas e planos fechados para transmitir a sensação palpável do toque, da areia, da grama, da sujeira. Enfim, algo que possa ser captado além da visão do espectador, que tenha cheiro.

Schülle encarna muito bem a mulher corajosa, mas frágil em seu relacionamento instável e por lhe faltar um sentido extremamente importante para as mulheres, mais sensíveis aos odores que os homens.

Assim, homens egoístas fazem parte de sua vida e que, em O Perfumista, fazem dela apenas um meio para a satisfação de seus próprios desejos.