‘O Último Ônibus’ aposta na emoção, mas se atropela

Bruno Oliveira

‘O Último Ônibus’ é aquele tipo de filme que tem por intenção fazer você se emocionar e chorar. Não foi esse o efeito que causou em mim, infelizmente. Com direção de Gillier MacKinnon (Fúria nas Ruas) e estrelado por Timoyhy Spall (Segredos e Mentiras), ele chega com toda essa carga de emoção, mas que por algum motivo falhou no meio. Ao longo do texto, tentarei explicar os motivos de não ter me agradado tanto quanto deveria.

Sinopse

Tom (Timothy Spall) já é um senhor de idade que acabou de perder sua esposa de anos. Ele aproveita a sua solidão e seu passe gratuito de ônibus para fazer uma última viagem a um destino que marcou um grande momento de sua vida. No caminho, ele esbarrará com pessoas de cada tipo que o ajudarão, ou que até mesmo serão um empecilho nessa viagem. O que ele não sabia é que sua jornada estaria sendo repassada para a Internet através dos transeuntes no seu caminho, transformando-o assim em uma celebridade digital.

O Último Ônibus

Tinha a receita para o sucesso, mas não soube aproveitar

Lembra quando em ‘Up: Altas Aventuras’ (2009) você começou a ver uma animação da Pixar/Disney sem muitas pretensões e acabou chorando copiosamente nos seus minutos inicias? Pois é, era esse clima que deveria estar instalado aqui também, e não marcou presença. Essa ligação de nosso protagonista com sua esposa era para ser o elo forte dos personagens com o público e não rolou. Toda a jornada deriva desse sentimento. Flashbacks deveriam reforçar o amor entre os dois, mas eles são fracos mostrando poucas coisas que no final não interessam muito.

Por mais que o roteiro de Joe Ainsworth (da série Santidon) seja insosso, coloco essa culpa maior nas mãos do diretor MacKinnon. Além de não conseguir passar em nenhum momento esse viés emocional, ele também trabalha muito mal o seu elenco. A impressão que tenho é que Spall era o único ator real no set, pois todos que cruzam o seu caminho são péssimos, mas péssimos mesmo. E por mais que eles fossem realmente ruins, uma boa direção ali daria conta de tirar uma atuação no mínimo mediana. Para ser justo, a atriz Phyllis Logan (Downton Abbey), que faz a esposa de nosso protagonista, aparece pouco, mas demonstra um bom conhecimento de como atuar.

Timothy Spall

Timothy Spall é aquele tipo de ator que você já viu por aí, mas nunca sabe precisar direito onde o viu exatamente. Eu o considero naquela categoria de coadjuvante de ouro. Não está sob os reais holofotes, mas fica ali brilhando em uma luz mais fraca. Esse longa o coloca como protagonista e dá para sentir que esse poderia ser o papel de sua vida, mas eu diria que nem ele vinga aqui. Sua interpretação é um pouco confusa e não senti uma verdade nela. Ele embarcou demais no fato de fazer um senhor de idade frágil, mas me soou por muitas vezes exagerado.

Conclusão

Prometia ser uma história daquelas de nos fazer emocionar até a alma, mas não entregou nada disso. Uma direção fraca ao extremo, aliado com um roteiro que não passa emoção e uma atuação que não convence tanto, acaba tornando tudo um fiasco. Por essas palavras, ele poderia soar como um filme nota 0, mas não é o caso. Ainda acho que ele está aberto para pessoas menos exigentes e tenho uma certeza de que ele ainda pode emocionar alguém que se identifique ou que tenha uma empatia maior do que tive aqui. Ele não é horrível, somente não correspondeu ao que ele poderia ter sido.

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Trailer – O Último Ônibus

Ficha Técnica

Título original: The Last Bus
Direção: Gilles MacKinnon
Roteiro: Joe Ainsworth
Elenco: Timothy Spall, Pgyllis Logan, Natalie Mitson, Ben Ewing
Onde assistir: somente nos cinemas
Data de estreia: 01 de junho de 2023
Duração: 86 minutos
País: Reino Unido e Emirados Árabes Unidos
Gênero: drama
Ano: 2021
Classificação: 12 anos

Bruno Oliveira

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