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O Último Vermeer crítica filme Amazon Prime Video 2019

‘O Último Vermeer’, de trapaceiro a herói nacional

Jorge Feitosa

Logo após o fim da 2ª Guerra Mundial, o Comando Aliado encontrou no vagão de um trem alemão um quadro considerado como de altíssimo valor: a pintura “Cristo e a Adúltera”, de Johannes Vermeer, um artista cuja composição de cenas do cotidiano e brilhante uso da luz o tornaram célebre, sendo o mais conhecido “Moça com Brinco de Pérola”. E a posse de uma obra tão importante para os holandeses pelos nazistas deu início a uma investigação que entrou para a história das artes.

Em O Último Vermeer (The Last Vermeer), filme em cartaz no Amazon Prime Video, Dan Friedkin, em seu único trabalho como diretor, narra a investigação do soldado judeu Joseph Piller (Claes Bang), que o leva ao pintor de terceira Han Van Meegeren, cuja fortuna foi atribuída à colaboração com os nazistas durante a sua ocupação. Algo que poderia levá-lo à pena de morte, a não ser que ele provasse que passou a perna no inimigo.

Veracidade

E Meegeren, de fato, se tornou um exímio falsificador. Tendo desenvolvido um método para burlar os testes de averiguação da originalidade de seus quadros além de, claro, ser um exímio conhecedor do autor copiado. O que fez com que suas falsificações fossem incluídas no acervo de museus mundialmente famosos.

Para dar mais veracidade ainda à interpretação de Pearce, o pintor cênico James Gemmil, cujo trabalho inclui “O Código Da Vinci”, pintou os quadros usados no filme a partir de fotografias e os cobriu com uma tinta branca à base de giz. Então, tudo o que o ator precisava era retirar a camada, dando a impressão de que estava realmente pintando.

Uma solução tão simples que fica fácil deduzir como Meegeren enganou facilmente aqueles que acreditavam no que queriam. Tendo deixado de ser um ilustre trapaceiro para se transformar em herói nacional.