Korpiklaani agita o Festival Odin’s Krieger no Rio de Janeiro
Bruno Oliveira
Foi com muita felicidade que saí de casa no domingo (26/11), para curtir o Festival Odin’s Krieger, no Agyto, no coração da Lapa carioca. Essa foi a última data do festival, que passou por São Paulo (24/11) e Porto Alegre (25/11), e trouxe o Korpiklaani para o Brasil.
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A edição carioca contou com três bandas: as brasileiras Pagan Throne e Tailten, e os finlandeses do Korpiklaani como atração principal para um show especial em comemoração aos 20 anos de carreira. Vieram tocar tanto as músicas antigas, do início de sua carreira, como as mais novas canções lançadas em seu último álbum de 2021, Jylhä.
Pagan Throne
Com um pequeno atraso, a primeira banda da noite, Pagan Throne, subiu ao palco para começar os trabalhos. A banda carioca, nascida em 2004, aproveitou a oportunidade para promover seu novo álbum chamado Land Of The Greeks. Tocaram tanto músicas novas desse álbum como materiais um pouco mais antigos, com direito a uma ótima versão infernal de The Final Countdown da banda Europe. Amei. Eu não consegui definir muito bem o som da banda, pois eles possuem músicas com influências de death metal melódico, power metal e black metal. Apenas sei que me agradou. Embora não seja um fã completo, digo que o que ouvi foi um metal de qualidade e já espero vê-los mais por aí.
Tailten
Em seguida, a Tailten veio nos alegrar com seu folk irlandês que colocou boa parte da galera para dançar. Saíram as guitarras pesadas do Pagan Throne, e entrou a energia quase acústica dessa trupe de ótimos músicos. Tocando um repertório baseado principalmente em músicas folclóricas, conseguiram agitar o lugar e fazer com que cervejas voassem para todo canto com direito até a dancinhas coletivas pela plateia. Um ótimo show que me fez sair de lá fã dessa galera.
Korpiklaani
Que me perdoe as ótimas bandas anteriores, mas eu estava ansioso para rever o Korpiklaani. Essa é uma banda que está no meu coração e que é sinônimo de alegria. Já fui ao show deles, no passado, e a certeza de sair de lá com um sorriso no rosto é garantida. Com um pequeno atraso, os músicos Jonne Järvelä (vocal e guitarra), Sami Perttula (acordeão), Tuomas Rounakari (violino), Jarkko Aaltonen (baixo), Kalle ‘Cane’ Savijärvi (guitarra) e Samuli Mikkonen (bateria e percussão) subiram ao palco para tocar o seu metal folk para a alegria dos cariocas no local.
Eles começaram e não perdoaram ninguém. Já iniciou com uma sequência de clássicos como se tivesse dado uma voadora com os dois pés no seu peito. A covardia começou com A Man With a Plan e se esticou com Wooden Pints, Happy Little Boozer, Journey Man e Pilli On Pajusta Tehty. A essa hora, o Agyto já tinha se tornado uma grande roda e ficar parado estava implicitamente proibido.
Novo single
O show seguiu com a recente Sanatom Maa e voltou a fazer a galera delirar com Ievan Pollka e Jägerrmeiester. Logo depois foi a hora de apresentar o novo single da banda, Gotta Go Home, um cover inesperado do disco music originário de Boney M. Inesperado, porém, que cai perfeitamente com todo o conceito da banda de diversão. Tuli Kokko veio em seguida e foi um momento particular muito especial, pois ela é uma das minhas músicas preferidas da banda e todo o seu ar atmosférico me fez viajar como se estivesse em algum tipo de ritual xamânico. Essa primeira parte do show se encerrou com a instrumental Pixies Dance.
Pidot começou a desfilar uma sequência das músicas mais novas junto com as mais cadenciadas, que são tão boas quanto as primeiras, porém, com menos apelo perante o público. Senti que daqui até um certo momento mais a frente a galera deu uma amornada na energia e preferiu se resguardar para outras músicas mais clássicas que ainda faltavam. O setlist se seguiu com Viima, Kipumylli, Leväluhta, que é forró puro com uma pitada forte de Calypso, da Joelma (a melhor do álbum mais novo), Niemi, Kotikonnut, Metsamies, Ämmänhauta e Saunnan, música nova que veio ser debutada por aqui.
Caipirinha
Tequila não poderia faltar e foi uma daquelas músicas que o público deu tudo de si. Afinal, essa deve ser a música mais brasileira da banda por incluir a nossa Caipirinha em sua letra e fazer com que todos cantem esse momento em alto e bom som. Para encerrar essa segunda parte do show teve as novas Huolettomat e Ennen, cover da música Got The Time de Joe Jackson que foi imortalizada com a banda Anthrax.
Bis
Para acabar essa farra maravilhosa faltavam dois de seus maiores clássicos e elas vieram logo em seguida sem dar perdão a ninguém: Beer Beer e Vodka chegaram e fez com que tirasse a última energia vital de cada um ali. Foi um momento tão insano que não tinha mais lugar seguro para fugir da roda. O Agyto se transformou em uma enorme roda. Na dúvida, era melhor se entregar a ela e ser feliz de um jeito que só o Korpiklaani consegue fazer.
Ponto negativo do Korpiklaani no Brasil
Como ponto negativo de toda essa experiência ficou o fato de que entre uma música e outra ficava um silêncio ensurdecedor entre banda e público. O vocalista Jonne Järvelä tentava se comunicar com o público, mas não dava para entender absolutamente nada do que ele estava falando. O sotaque deve ser gritante. Só sabia que era inglês, pois conseguia entender uma ou outra palavra jogada. De resto, foi tudo perfeito e já espero a próxima vinda deles para as terras tupiniquins.
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