Mt Joy Orange Blood crítica do álbum 2022

Foto: Divulgação

Mt Joy e a beleza da simplicidade de ‘Orange Blood’

Cadu Costa

Ah, a leveza…ah, o amor…sim, como é bom amar livremente e de um jeito leve. Durante os últimos dois anos, muitas pessoas sentiram que estão em um constante estado de incerteza. Por um lado, queremos ser responsáveis ​​e fazer o que “devemos” fazer. Por outro lado, tudo o que realmente queremos é ser livre. Livre de todas as formas possíveis que se possa imaginar. E uma delas seria amar.

E que melhor maneira de conceituar isso do que com cordas de guitarra folclóricas e uma voz para combinar? Mt Joy, um quinteto de indie-rock enraizado na Filadélfia, nos EUA, lançou seu terceiro álbum intitulado Orange Blood e seus ouvintes terão uma dose de como é incorporar um espírito rebelde e aprender a apreciar esse momento.

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Versos em português

As viagens de carro são um tema importante aqui, começando com a faixa-título onde o vocalista Matt Quinn canta sobre viajar para o deserto com seu amor e deixar a ilusão do tempo no retrovisor. A música já pega você de cara, principalmente por conta de três versos cantados em português: “Minha namorada, você é perfeita. Eu te quero muito mais than any language could be describe (que qualquer língua possa descrever)”. Com certeza, é para tirar notas boas com os críticos tupiniquins apaixonados… 😀

Positividade pós-pandêmica

O disco segue com outras duas boas canções, “Evergreen” e “Roly Poly”. A primeira tem uma pegada mais rápida e conta com uma divertida letra (videoclipe também) com uma letra prevendo que a maioria das pessoas nunca alcançará tal estado de euforia. Infelizmente, muitos de nós estão muito ocupados tentando organizar o futuro perfeito, em vez de apreciar a beleza do presente. Todavia, a música seguinte tem uma simplicidade gostosa de ouvir que nos faz voltar a apreciar o momento possível.

“Johnson Song” tem a mistura de espírito radiofônico com música de festival. Desafiamos alguém a não cantar o refrão e toda a sua vibe de positividade pós-pandêmica. Em “Don’t It Feel Good”, Matt Quinn diz com grande confiança: “Sei que todas as coisas boas devem chegar ao fim”. É quase como se quisesse explicar como tudo deve que lhe fizer bem, deve ser curtido e quando acaba, o que resta de bom é a saudade.

Audição fácil

Logo em seguida vem uma das favoritas do álbum: “Lemon Tree” é liricamente quanto sonoramente bonita e com o barulho na dose certa. Tem um ritmo moderado, estável e animado onde construímos uma conexão com nossas mentes subconscientes.

Não é que o álbum do Mt Joy seja perfeito, mas Orange Blood serve como uma audição fácil. Não precisa de muito para se destacar e essa simplicidade precisa ser vista como uma conquista artística substancial.

Amor e reflexões existenciais

Após mais um pequeno apanhado de canções que expande o alcance do folk psicodélico do Mt Joy, passando do acústico reflexivo para hinos de estádio, Orange Blood se encerra com “Bathroom Light”, onde ouvimos uma história de amor em um bar – quem nunca? – e é lindo estar descaradamente apaixonado com a pitada certa da imprudência. É uma ótima forma de encerrar um disco preocupado apenas em ser perfeitamente despreocupado.

Mt Joy e seu Orange Blood não são perfeitos nem querem ser, apenas tratam de amor e reflexões existenciais com a importância que merecem. Afinal, ambos podem realmente resistir ao teste do tempo.

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Ouça Orange Blood, novo álbum do Mt Joy

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
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