OZARK

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‘Ozark’ | Terceira temporada leva personagens ao limite

Guilherme Farizeli

Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que Ozark vem em uma crescente. A primeira temporada da série da Netflix começa em um ritmo lento. E ela vai acelerando mais perto do final.

Em contrapartida, a segunda temporada segue de forma linear, com a introdução de novos personagens. A terceira temporada é o ápice da tensão. Pelo menos até aqui. Ainda mais porque abre espaço para outros personagens brilharem.

A terceira temporada começa com Marty (Jason Bateman) e Wendy (Laura Linney) cada vez mais envolvidos em suas vidas criminosas. Ao mesmo tempo, a ideia dos cassinos flutuantes sugere que a família Byrde pode experimentar algum sossego. Ledo engano. Vários pequenos problemas acabam “estourando” nessa temporada.

Foto: Netflix/Divulgação

Além disso, Marty e Wendy parecem caminhar para caminhos diferentes. Como enfrentar os problemas? Lidar com uma organização criminosa, cuidar da lavagem de dinheiro e, ainda assim, manter o casamento funcionando? Terapia. Acho que não vai dar certo. A resposta para o espectador é uma só: tensão!

Foto: Netflix/Divulgação

Uma temporada de extremos

Não são poucos os momentos de apreensão durante a temporada. Aliás, Ozark se especializou em criar tensão na medida certa, nos fazendo questionar a todo momento qual caminho será seguido pelos personagens. A gente torce pelo caminho mais fácil. Contudo, os roteiristas não estão nessa com a gente. Apesar disso, a trama segue consistente, do mesmo modo que nas temporadas anteriores, ainda que exista mais espaço para histórias paralelas.

Novos personagens, novos problemas

A princípio, somos apresentados de forma superficial aos “novos” personagens. Helen Pierce (Janet McTeer) tem uma proximidade maior com os Byrde. Ela chega de vez em Ozark para supervisionar o trabalho do casal. Porém, ela traz consigo sua filha Erin (Madison Thompson), que não faz ideia de qual é a verdadeira profissão da mãe. Posteriormente, as novas histórias vão sendo dissecadas.

Foto: Netflix/Divulgação

Nesse sentido, é muito interessante também observar a relação de Erin com Charlotte (Sofia Hublitz) e Jonah (Skylar Gaertner). Afinal, as crianças da família Byrde estão mais do que familiarizadas com as atividades ilícitas do clã.

Irmão de Wendy trás o conflito para o centro da família Byrde

Jonah tem um arco muito interessante com um dos personagens mais importantes da terceira temporada de Ozark. Ben (Tom Pelphery) é o irmão de Wendy e sua relação com outras figuras da série é fundamental para o desenvolvimento da história.

Do ponto de vista de Marty, Ben é o cunhado bipolar que representa um enorme risco para o esquema criminoso dos Byrde.

Para Wendy, Ben é uma janela para seu passado. Uma lembrança de sua juventude, de sua personalidade antes de se casar com Marty. Portanto, um alívio. Para Jonah, ele é o tio afetuoso e brincalhão que contrasta com a figura sempre séria e objetiva de seu pai.

Porém, a influência de Ben na história não para por aí. Ele se transforma em interesse amoroso de Ruth (Julia Garner) e o relacionamento dos dois cria uma nova camada de conflitos nas relações entre vários outros personagens.

Antes de tudo, é preciso ressaltar que a performance de Julia Garner só melhora, temporada após temporada. Ela é espetacular!

Foto: Netflix/Divulgação

Julia Garner brilha na nova temporada

A vencedora do Emmy 2019 como Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática faz com que a gente torça por sua personagem, muitas vezes nos afastando dos Byrde.

Ruth tem um lado mais humanizado que é muito peculiar e muito diferente da forma (teoricamente) mais objetiva com a qual Marty e Wendy tratam os “negócios”. Ruth é a melhor amiga que Marty poderia desejar, contudo, ele não percebe e não valoriza a jovem como deveria. Se liga, Marty!

Foto: Netflix/Divulgação

Outro grande acerto da nova temporada de Ozark é o retorno de Jason Bateman na direção de alguns episódios. Ele desenvolveu um olhar único para com a série ao passo que sua performance lhe garantiu em Emmy pela direção na segunda temporada.

Por outro lado, Bateman afirmou em entrevista ao IndieWire que não dirigirá nenhum episódio da quarta temporada. O motivo são os protocolos de segurança adotados em função da Covid 19.

‘Ozark’ recebe 18 indicações no Emmy 2020

Além disso, uma temporada tão boa não poderia passar em branco no Emmy. E a série da Netflix arrematou nada menos do que 18 indicações!

A saber, Ozark concorre nas categorias Melhor Série de Drama; Melhor Ator em Série Dramática, com Jason Bateman; Melhor Atriz em Série Dramática, com Laura Linney e Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Drama, com Julia Garner. Assim como outras indicações em categorias técnicas.

Quarta e última temporada ainda não tem previsão de estreia

Conforme já anunciado pela Netflix, a quarta temporada será a última da série. Em primeiro lugar, a produção começa em novembro. Além disso, a temporada final terá 14 episódios, divididos em duas partes com sete episódios cada.

A impressão que fica é que ainda existe muito espaço para a história se desenvolver. Entretanto, parece que a intenção dos showrunners é terminar em alta. Ainda não há previsão de estreia.

Muitos acertos e uma temporada incrível

Ozark não reinventou a roda. É verdade. No entanto, a série se utiliza muito bem dos elementos disponíveis para atingir todo seu potencial.

Por exemplo, fotografia e roteiro impecáveis estão presentes desde o episódio piloto. Além disso, as performances de Jason Bateman, Laura Linney e Julia Garner são incríveis e melhoram a cada temporada.

Acima de tudo, Ozark é uma das melhores séries para se assistir hoje em dia. É a era de ouro da TV em sua plenitude, afinal.

FICHA TÉCNICA

Título original: Ozark
Temporada: 3
Data de estreia: 27 de março de 2020
Criação: Bill Dubuque e Mark Williams
Elenco: Jason Bateman, Laura Linney, Julia Garner, Sofia Hublitz e Skylar Gaertner, Janet McTeer, Tom Pelphery e Madison Thompson.
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Gênero: Drama
Ano de produção: 2020
Classificação: 16 anos
Distribuição: Netflix

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
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