‘Paris, 13º Distrito’, uma história sobre o nada
Bruno Oliveira
Paris, 13º Distrito (Les Olympiades) é o novo filme do diretor francês Jacques Audiard, que, em breve, estará chegando aos cinemas. Essa nova obra do cineasta chegou a participar da mostra competitiva da Palma de Ouro na 74º edição do Festival de Cannes. Audiard pode dizer que competiu em casa, já que ganhou o prêmio em 2015 pelo longa Dheepan: O Refúgio. Apesar desse currículo de respeito, a obra dessa resenha não traz algo realmente interessante.
Acreditem ou não, mas não há muito o que falar sobre o filme. Até mesmo criar uma sinopse se torna algo difícil. Apesar disso, tentarei e talvez você entenda do que eu estou falando. Na história de Paris, 13º Distrito, acompanhamos a jornada de três jovens adultos que são amigos e que amantes de vez em quando, enquanto tentam viver em uma Paris mundana.
E é isso. Não há uma grande linha narrativa que os guie e nada que possa fazer a história andar de um modo interessante que valha a pena ficar quase duas horas assistindo ao longa-metragem. É ruim? Não, mas está longe de ser brilhante, como muitos devem classificá-lo. Acompanhar a vida cotidiana de pessoas mundanas pode parecer algo espetacular, mas não é. Mesmo assim tentarei me aprofundar um pouco mais para não deixar essa resenha tão superficial.
Paris sem clichês
O título original de Paris, 13º Distrito é “Les Olypiades”, que é o nome de um bairro na capital francesa, também chamado de 13º Distrito. Essa área é comumente chamada de Chinatown de Paris. O nome se dá pela região possuir uma grande concentração de chineses. Não por acaso, o diretor já morou nesse lugar e, por isso, talvez adote um olhar tão cotidiano de toda a situação.
O interessante na produção é que não vemos a cidade de Paris como costumamos. O clichê, nesse caso, é deixado de lado e adentramos no mundo real da cidade francesa tão romanceada, mostrando como a classe média vive de verdade. Um professor universitário trabalhando na área imobiliária; uma jovem promissora que acaba saindo da faculdade devido a um horrível mal entendido; e uma outra jovem que precisa de um colega de quarto para poder manter o apartamento enquanto mora.
Isso tudo regado a bastante sexo e dilemas emocionais. Atos simples como amar, odiar e fugir se tornam muito mais amplas do que deveriam e acabam sendo uma história sobre isso: sentimentos. A sua fotografia em preto e branco é belíssima (sempre me rendo a esse artifício) e ajuda a nos situar na melancolia diária dos protagonistas. O colorido geralmente lembra algo feliz, enquanto o preto e branco remete a um passado ou algo sem vida e monótono. Dependendo das intenções do diretor.
Conclusão
Paris, 13º Distrito é um filme sobre o nada. Não nos mostra nada de interessante e nem revela nenhuma reviravolta a ponto de nos interessar de verdade. Posso defini-lo muito bem como uma obra de arte que carrega uma bela fotografia e um ótimo relato da vida mundana. Talvez nossas vidas não sejam tão emocionantes como pensamos por aí. A partir desse ponto de vista, o longa até melhora. Afinal, tudo na vida acaba sendo uma questão de ótica de quem assiste.
Onde assistir ao filme Paris, 13º Distrito?
A saber, o filme Paris, 13º Distrito estreia nos cinemas brasileiros em 28 de abril de 2022. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
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Trailer do filme Paris, 13º Distrito
Paris, 13º Distrito: elenco do filme
Lucie Zhang
Makita Samba
Noémie Merlant
Jehnny Beth
Ficha Técnica
Título original: Les Olympiades
Diretor: Jacques Audiard
Roteiro: Jacques Audiard, Nicolas Livecchi e Léa Mysius
Duração: 105 minutos
País: França
Gênero: drama
Classificação: a definir