O Pop Rock brasileiro de Paula Azzam

Rafael Vasco

A cantora paulista Paula Azzam acaba de lançar o seu primeiro EP, chamado ‘P’, resultado de gravações feitas durante a pandemia. As três faixas que fazem parte do trabalho refletem as referências da artista, que vem de uma família de músicos e começou a tocar violão com apenas 4 anos de idade.  

Aliás, ela também é compositora e musicista, logo, acaba tendo maior controle de todo o processo criativo de sua obra. Assim, com elementos de Pop, Rock e MPB, o resultado da música que a paulista entrega soa fresco e original.

Portanto, o ULTRAVERSO convidou Paula para uma conversa descontraída em que falou sobre o novo EP, carreira e influências musicais. Então, acompanhe o nosso bate papo: 

ULTRAVERSO: Paula, de que maneira a música entrou na sua vida e quando foi que você decidiu torná-la o seu ofício?

PAULA AZZAM: Eu tenho uma longa jornada com a música na minha vida, na verdade desde muito pequena. Meus pais são músicos, já nasci em um ambiente muito musical. Enfim, desde criança eu toco e canto, mas tudo era meio um hobby. Então, eu cresci e cursei Publicidade, uma área nada a ver com música (risos). E aí só depois da faculdade que eu realmente decidi que iria mudar de foco bruscamente e fui estudar produção musical. Atualmente, também sou professora de música, além de também ser produtora.

Com o pai flautista e a mãe cantora, como a influência deles contribuiu na sua paixão pela música?

PAULA: Foi uma influência de 100%, na verdade posso dizer até 200%. Na minha casa sempre teve música o tempo inteiro, não consigo lembrar algum momento que não seja musical no meu ambiente familiar. Nesse sentido, lá todo mundo sempre está tocando, ensaiando ou falando sobre música. Portanto, com certeza essa minha paixão veio muito deles dois, esse meu laço com a música não seria nada sem os meus pais.

Você tem uma ligação grande com o samba, pode contar como surgiu o vínculo com esse ritmo tão brasileiro?

PAULA: Então, o samba entrou na minha vida em 2012. Assim que entrei na faculdade, também ingressei na bateria de lá. Com isso, acredito que tenha sido um super caminho que eu encontrei ali e realmente amei de paixão. Ainda no primeiro ano de bateria universitária eu já consegui desfilar na avenida mesmo, na Escola de Samba Águia de Ouro. No entanto, em 2018, fui para a Colorado do Brás, que é a escola onde trabalho até hoje, lá sou responsável pela diretoria da ala de tamborim.  

Você acaba de lançar um EP, chamado ‘P’, que traz três faixas compostas por você. Nesse sentido, fale um pouco sobre a concepção desse trabalho:

PAULA: Esse EP está dentro de um disco que eu ainda estou gravando. Contudo, estas faixas se conectam, por isso eu quis lançá-las juntas. Eu escrevi essas músicas há muito tempo, elas foram as primeiras composições da minha vida e tem uma ligação com coisas que a gente vive no cotidiano. O grande barato destas canções é que você escuta e elas contam uma história, sendo de amor, de um coração partido ou de fases que você vai viver de um romance ou até mesmo uma amizade. Mas eu sinto que o ouvinte pode se encaixar ali de alguma maneira, dentro destas histórias.

Aliás, cada canção do EP já tem um lyric vídeo no Youtube. Dessa forma, como se deu a escolha visual de cada um dos vídeos?

PAULA: O Gabriel Martins, responsável pelos lyric’s vídeos, veio com a ideia de usar imagens de nuvens na produção visual de ‘Platônica’, eu amei e achei que tinha tudo a ver com a música e com a minha identidade visual. Logo, depois dessa primeira ideia que ele trouxe, pensei que por estarmos tratando de um elemento nesse vídeo, seria interessante relacionar cada música do EP com um elemento diferente.

‘Platônica’ é uma música que remete àquela coisa área mesmo, de leveza e de algo mais espiritual, do ar. Em seguida, vem ‘Pedaços’, que tem a ver com gelo, tanto do que você pode levar ou dar em alguém, a sensação de coração partido, de frieza. E por fim, ‘Par’, representa o fogo total, tudo o que ela fala é chama ardente. Assim, as coisas se encaixaram muito bem, são fases dos elementos, fases da vida, que relacionamos e demos um sentido.

Esse trabalho está sendo lançado em plena pandemia. Portanto, como você tem lidado com a criação musical ao longo desse período tão difícil?

PAULA: Isso foi um grande desafio para mim, porque venho de uma rotina de fazer muitos shows, vivia encima dos palcos, toda semana eu tinha apresentações. Porém, a pandemia foi um empurrãozinho para eu começar a lançar o meu trabalho solo. Mas, me virei 100%, porque não saio de casa e não tinha equipamento nenhum, a não ser instrumentos. Portanto, tive que arrumar uma placa de som para poder produzir em casa, coisa que eu nunca tinha feito.

Assim, foi muito difícil, embora tenha sido um pontapé para iniciar as minhas produções. Eu queria muito pegar essas músicas que estou lançando e fazer um show com elas, me deixa muito triste não poder fazer isso. Mas estamos tendo que nos adaptar, contamos com a vacina para todos poderem voltar à ativa.

Paula Azzam é uma das novas apostas do Pop Rock nacional. (Foto: Gui Caielli)

Existe previsão de lançamento do álbum completo?

PAULA: A minha previsão é de que esteja tudo pronto em dezembro deste ano. Com isso, até lá o álbum já estará completo em todas as plataformas digitais.

Consigo enxergar elementos de Pop, Rock e MPB nas suas canções. Porém, você arrisca definir um estilo que defina seu trabalho?

PAULA: É muito difícil, isso é uma das coisas que eu mais tenho dificuldade, desde quando eu tinha banda lá atrás também não conseguíamos definir nosso gênero musical. No entanto, considero Pop, Rock e MPB gêneros muito ligados ao meu som. Nesse sentido, para poder dizer o tipo de música que faço, poderia juntar estes três estilos e dizer que faço um ‘Pop Rock MPB’ (risos).

Por fim, quais são as principais referências musicais que podemos enxergar no resultado do seu trabalho?

PAULA: Hoje, minhas referências acabam sendo uma mistura de artistas mais atuais com outros das antigas. Gosto muito das bandas brasileiras 5 a Seco, Vanguart e Zimbra. Mas, indo para o lado internacional, não posso deixar de citar a banda Foo Fighters, que eu cresci ouvindo e levo como grande referência, bem como os Beatles. Tenho curtido também coisas mais atuais, por exemplo, Daniel Caesar e uma galera do R&B, como a Alicia Keys.

Enfim, acompanhe a Paula Azzam

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Maré do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Rafael Vasco

Um viciado em informação, até mesmo as inúteis. Com dois minutos de conversa, convenço você de que sou legal. Insta: _rafael_vasco
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