Perdidos no Espaço

Perdidos no Espaço – 2ª Temporada (Netflix) | CRÍTICA

Stenlånd Leandro

reboot da série Perdidos no Espaço, da Netflix, que foi renovada para uma 2ª temporada em maio de 2018, chegou finalmente às telinhas do povão. Assim, os fãs que esperaram ansiosamente para descobrir o que aconteceria a seguir para a família Robinson, tiveram essa oportunidade.

Trata-se de uma espécie de família de super-heróis. Tudo que envolve o planeta Terra tem eles mencionados. No espaço ou não, o que podemos concluir é que houve sim, enfim, uma visão empolgante da aguardada temporada. O segundo ano da série estreou na véspera de Natal, 24 de dezembro de 2019.

A NARRATIVA E SUAS PROPRIEDADES

A narrativa possui um bom andamento. Os personagens crescem, não deixando dúvidas de que a nova versão de Perdidos no Espaço possua potencial de sobra para continuar trilhando seu próprio caminho. Porém, isso é somente até a página 2.

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O drama no segundo ano inicia-se com os Robinsons perdidos em uma outra galáxia distante. São sete meses após o fim da temporada anterior. O menino Will mantém a esperança de encontrar seu Robô, que desapareceu depois do ato heroico de salvar a todos. Sem combustível e à deriva, os novos colonos do planeta encontram-se abruptamente retirados da rota para sua nova casa, chamada de Alpha Centauri, tendo de forjar novas alianças e trabalhar juntos para sobreviver em um ambiente alienígena perigoso, anos-luz de seu destino original.

Isolados junto com a família estão dois estranhos que se vêem unidos pelas circunstâncias e um dom mútuo para trapaças. Inquietante, problemática e, de certo modo, carismática, Dra. Smith é uma mestra manipuladora com jogadas insanas e, por muitas vezes, interessante. Ela conseguiu tirar toda a atenção da família e transformar a si mesma numa espécie de vilã querida. Decerto, seus objetivos acabam sendo alcançados com muita facilidade ao aguardar por uma chance, ainda que mínima, de transtornar a família e conseguir poder.

Até então, ninguém sabia onde estava o robô. Assim sendo, os Robinsons mostraram, em inúmeros momentos, o que eles mais têm de positivo: sua inteligência. Foi interessante ver como eles conseguiram ludibriar todo um ”exército” para levar o robô de volta ao planeta onde estava perdido.

Uma coisa bizarra que também é preciso ser mencionado é que não há história suficiente para aproveitar a duração dos episódios. Por muitas vezes há diálogos caricatos e irrelevantes apenas para consumir 30 segundos – ou mais de tela. Muitas sequências não são muito mais do que longas tomadas do veículo dos Robinson em movimento indo do ponto A ao ponto B. As famosas cenas de perigo durante essas tomadas são bem clichês e totalmente previsíveis.

TUDO PELOS FILHOS

O foco do segundo ano foi de tentar colonizar outros planetas em caso de não conseguirem voltar ao seu objetivo inicial que era chegar em Alpha Centauri. Perdidos no Espaço deixa diversos ganchos soltos e que não ficam aguardando o final da temporada. Além dos filhos dos membros da Resolute não chegarem à Alpha Centauri e estarem “perdidos no espaço” mais uma vez, os pais dos Robinson e Don West não têm ideia de como alcançar ou onde seus filhos realmente estão em certo momento da trama.

Para mais adiante, em outras circunstâncias, a família precisava libertar o robô das garras de Hastings. Maureen e John conseguiram encontrar o caminho de volta para a nave, apesar de terem sido intencionalmente presos por Hastings. Ficou evidente que o vilão da série se importava mais com sua imagem e não com a vida das pessoas da Resolute. Ele fez de tudo para impedir que os colonos ficassem no planeta.  No início, eles colocaram Don na tarefa de perfurar uma abertura na sala onde o robô estava sendo mantido em cativeiro. Mas, então, um novo problema os obriga a considerar um Plano B.

MUITAS REPETIÇÕES, POUCA POMPA!

Para decepção de muitos fãs nostálgicos, a novidade da surpresa logo se esvai em poucos episódios. O grupo acaba caindo em outro planeta desconhecido e volta a estrutura quase idêntica da temporada inaugural, inclusive com a repetição de diversas situações, como o estabelecimento do acampamento, a pesquisa dos arredores e assim por diante. Nada muito novo. Isso complica ainda mais o interesse em tentar prosseguir em uma narrativa quase que adormecida.

O que realmente muda e finalmente estabelece o tom pelo qual a série passaria a ser conhecida é o enfoque cômico, abraçando de vez a personalidade covarde da Smith como motor da série e estabelecendo uma ligação intensa entre Will e o robô, quando o mesmo dá as caras novamente.

Assim como vimos em Exterminador do Futuro, em Perdidos no Espaço há algo que se intensifica: o uso de criaturas variadas. A saber, as portas da criatividade foram abertas com androides serviçais, robôs caricatos e alienígenas estranhos que fazem o melhor uso das cores recém-adquiridas do seriado. Enquanto de um lado há um robô que cada vez mais ganha vida, do outro há ainda mais inimigos chegando para criar um embate épico e totalmente aguardado ao final da temporada.

E assim, pelo bem ou pelo mal, a nova temporada de Perdidos no Espaço está um bocado aquém do esperado. Consegue ser inferior ao primeiro ano, que veio cheio de ar de mistério. Decerto, não é de se jogar fora, mas ficou abaixo da expectativa. Há muita informação de efeitos especiais, diversas cenas de tensão, porém, como mencionado, boa parte delas, em sua maioria, totalmente previsíveis. Para aqueles que não conhecem o universo da série, talvez seja melhor desvendá-la desde a versão jurássica de 1965.

::: TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=GdwrkkwCwAY

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Lost in Space
Temporada: 2
Número de episódios: 10
Direção: Matt Sazama, Burk Sharpless
Elenco: Molly Parker, Toby Stephens, Maxwell Jenkins, Taylor Russell, Mina Sundwall, Parker PoseyIgnacio Serricchio
Distribuição: Netflix
Data de estreia: ter, 24/12/19
Gênero:  aventura, drama, ficção científica
Ano de produção: 2019
Classificação: 12 anos

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN