Perry Mason

‘Perry Mason’ da HBO é intrínseco e estrambótico

Stenlånd Leandro

A Grande Depressão econômica de 1929 foi, antes de mais nada, uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década. Além disso, perdurou por muitos anos em diversos países e ficou aquela famosa marca decadência do liberalismo econômico.

Perry Mason, série da HBO e produzida por Robert Downey Jr, também lida com pós-depressão econômica. Em plena era de séries alá “Game of Thrones”, fica difícil chegar com programas de TV de época e, que possam ser convincentes a forçar o telespectador a ter interesse em assistir.

De início a série lida com cada episódio sendo chamado de capítulo ao invés. Muito também se lembra do que é visto na série Gotham, ou seja, o seriado se passa por volta dos anos de 1930. Pessoas com seus chapéus estranhos e tentando resolver tudo no murro. Também o formato onde os homens fumam cigarros a todo momento para relaxar torna-se corriqueiro.

A ESCOLHA DO ATOR

Perry Mason sempre fascinou o público ao desvendar diversos casos do dia-a-dia que sempre pareceram impossíveis. Enquanto essa foi sempre a estrada a ser seguida pelo investigador, de fato os produtores estão muito mais interessados em criar uma certa construção de personagem.

Matthew Rhys foi uma boa escolha para vivenciar o protagonista que além de misterioso, é problemático e se faz de durão. O quê alá Sherlock Holmes também é funcional, apesar do modo grotesco e bem menos intrínseco. Apesar da pegada mais hollywoodiana quando o assunto é Mason, o seriado mostra um subplot envolvendo uma espécie de chantagem que fará com que o telespectador desfoque-se da trama principal, o que é, de certo modo, muito interessante. Isso porque o ator John Lithgow é o mentor de Rhys no show. Não somente este brilha, assim como EB Jonathan, Juliet Rylance vivendo a famosa assistente de Mason, Della Street.

HUMOR NÃO FUNCIONAL

Ademais, no quesito humor, o seriado está um bocadinho longe de ser razoável. No máximo espirituoso ou canastrão. O ator não tem envergadura para cenas cômicas. Quando tenta apaziguar cenas fortes com este tipo de humor estilo Leandro Hassum, o show se torna ridículo ou medíocre se assim preferir. Fica mesmo muito piegas tentar humor pastelão em pleno momento de crise seja ela financeira ou psicológica. Todos ali estão com nervos à flor da pele e o teor tenso de um momento tão sensível na história americana, faz com que certas piadinhas não se tornem funcionais.

UM SERIADO QUE VAI TE CONQUISTAR

Diferente de Miss Scarlet and The Duke, Perry Mason não se preocupa nem um bocado em criar os casos mais mirabolantes ao longo de seus 8 episódios, o que acontece corriqueiramente no seriado da BBC.  A nova versão foca em desenvolver o seu protagonista como um personagem complexo, cheio de controversas e contar os motivos pelo qual ele é o que é.

Ademais, o empoderamento feminino também está presente; Situada na década de 30, era onde mulheres sequer tinham muita força, Mason traz personagens femininas que sugerem ter mais espaço ao longo de todos os capítulos do programa.

RESUMO DA HISTÓRIA

Num resumo, Perry Mason é uma grata surpresa com atuações interessantes, um visual bastante noir. Também é legal ver que a cada episódio, as motivações do protagonista para trabalhar nos casos, além do financeiro, e o método de investigação sombria e vintage acabam dando um certo adendo peculiar ao seriado. Ansiosos para ver como o detetive conseguirá desvendar os mistérios que foram deixados para o próximo ano.

Ficha técnica

Perry Mason – 1ª Temporada (Original HBO)
Duração: 448 minutos
Ano produção: 2020
Direção: Timothy Van Patten, Deniz Gamze Ergüven
Elenco: Matthew Rhys, Juliet Rylance, Chris Chalk, Shea Whigham, Tatiana Maslany, John Lithgow, Gayle Rankin, Andrew Howard.
Classificação: 16 anos
Gênero: Drama, Policial
País de Origem: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Onde assistir? HBO GO

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN