Pinguim – Uma aula sobre séries de vilões
Pedro Marco
O que realmente faz uma boa série de vilão? Talvez o público mainstream tenha entrado pela primeira vez em uma mente moralmente questionável quando a HBO trouxe a revolucionária A Família Soprano. E após tantos altos e baixos que vão de Breaking Bad aos filmes de vilões do Homem-Aranha pela Sony, é a mesma HBO que trouxe um grande acerto outra vez.
Sendo a sexta produção da TV ambientada em Gotham, e mais uma vez com o desafio da ausência do Batman, a série Pinguim, assim como seu protagonista, teve de enfrentar uma série de desafios.
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Em um ano com Coringa 2, Venom 3, e os vindouros Kraven e Wixked, o primeiro obstáculo era conseguir criar um protagonista que, apesar de seu passado triste, tivesse motivação e moral puramente ruins. Isso parece uma coisa simples, mas como pudemos analisar nos diversos exemplos, é uma estrutura complexa e que pode ser extremamente gratificante.
Desafios
O próximo desafio, pode-se dizer que havia sido superado no longa-metragem de Matt Reeves, e pode ser uma grande dor de cabeça para Andy Muschietti quando assumir Brave and the Bold: criar um batverso crível, e um pinguim que não estivesse a sombra de Danny DeVito e Burgess Meredith.
Não mais a Gotham-Chivago do Nolan ou mega estilizada de Burton. E não mais Colin Ferrell sendo lembrado como um questionável Alexandre, ou um duvidoso Mercenário no filme do Demolidor. Mergulhando no ultrarrealismo, Pinguim crava o primeiro prego no que pode vir a ser o ambiente mais bem construído ao homem-morcego.
Diferente de um longa de 2h, a nova produção tinha o desafio de manter por oito episódios o cenário e clima criado por Reeves, e expandir ao submundo do crime uma aura própria que até então só havia sido vista nas animações de Paul Dini e Bruce Timm. E isso se deve, principalmente, ao último desafio: os Novos Personagens.
Novos rostos
Sem Waynes, Gordon, Coringa ou Mulher-Gato, Pinguim teve de se sustentar nos Falcone. A mafiosa família cuja grande fama estava, até então, restrita aos fãs do Batman nos quadrinhos.
Mas foi no meio dos Falcone que fomos apresentados à Sofia, interpretada pela eterna Mother, Cristin Millioti. E agora sim, a tarefa estava completa.
Oz e Sofia
Sofia traz, junto com Oz Cobb, a dupla perfeita que eleva essa produção de “ok, até legalzinha” para “por favor entreguem logo o Emmy para eles”. Ao longo dos oito impecáveis episódios, a vontade de ver um dos grandes medalhões daquele universo vai dando espaço a vontade de ver os personagens dessa série no cinema.
E assim, com roteiro, direção e fotografias de impressionar até o mais exigente dos fãs, a série do Pinguim periga ser a versão definitiva do icônico vilão. Talvez, definitiva ao ponto de nenhum corajoso se arriscar a trazer uma nova roupagem dele ao DCU tão cedo.
Mas vamos ser sinceros aqui. Precisa?
Onde assistir a série Pinguim?
A série Pinguim está disponível para os assinantes da Max.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.
Elenco de Pinguim
Colin Farrell
Cristin Milioti
Rhenzy Feliz
Deirdre O’Connell
Carmen Ejogo
Theo Rossi
Clancy Brown
Trailer – Pinguim
Ficha técnica – Pinguim
Título original: The Penguin
Criação: Lauren LeFranc
Direção: Craig Zobel, Kevin Bray, Helen Shaver, Jennifer Getzinger
Roteiro: Lauren LeFranc, Vladimir Cvetko, Breannah Gibson, Erika L. Johnson, John McCutcheon, Shaye Ogbonna, Nick Towne, Noelle Valdivia
Temporada: 1
Duração: 45 minutos cada episódio
País: Estados Unidos
Gênero: drama, crime
Ano: 2024
Classificação: 16 anos