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Pinóquio crítica do filme da Disney Plus 2022

‘Pinóquio’: o retorno de um clássico que vai dividir opiniões

Agenor Florentino

Remake em live-action do filme de 1940, Pinóquio (Pinocchio) chega agora em 2022 ao streaming com a direção de Robert Zemeckis e Tom Hanks como Gepetto. A história segue a mesma em que o inventor constrói um boneco de madeira para suprir a falta de seu filho e certo dia faz um pedido a uma estrela (fada) para que o boneco ganhe vida.

Seu desejo é atendido e Pinóquio – mesmo não tendo se transformado em menino – ganha vida. Além disso, há a promessa de que, se cumprir alguns requisitos, o boneco pode sim vir a se tornar humano. Assim, ele também recebe o auxílio do grilo falante que funciona como seu amigo e consciência no auxilio dessa jornada incrível cheia de acontecimentos.

Adaptações da Disney em live-action

Já não é de hoje que a Disney vem readaptando seus principais clássicos de animação em 2D para o live-action, que é uma mistura de atores reais com computação gráfica. Infelizmente, poucas dessas produções conseguem realmente resgatar o verdadeiro sentido que a obra original tinha. Por muitas vezes, a produção também é realizada para conseguir um novo público que não conhecia as obras do passado e vive outra realidade, adaptando-se, assim, às novas tendências de sua geração. Entretanto, infelizmente, no caso de Pinóquio, em sua versão 2022, pouco se pode aproveitar do filme original.

A adaptação 2022 de Pinóquio consegue recriar a animação de forma respeitosa, mas fica claro que, após o fiasco de Dumbo (2019), a Disney tem muito mais cuidado nos lançamentos de seus live-actions. Por isso, vem optando em lançá-los diretamente nos streamings, até como uma forma de um alcance maior. Afinal, o acesso é mais fácil, mesmo que isso signifique um menor retorno financeiro.

Tudo muito abrupto

Claramente as comparações com a animação e até com outras obras que vieram depois do original vêm à tona. É, talvez, a que mais tenha um peso na narrativa e desenvolvimento. Mas a forma como a magia é colocada neste mundo fica bem vazia. Pinóquio ganhando vida acontece de maneira abrupta, com pouca participação da fada no desenvolvimento do boneco.

Nosso protagonista, aliás, apesar de bem modelado, tem um CGI que causa estranheza ao espectador, dando vontade de assistir novamente à obra dos anos 40. Tudo acontece de maneira muito rápida e quase sem propósito. Além disso, as performances musicais pouco se aproveitaram da obra original e apostaram em canções novas, provocando um impacto pequeno e sem sentido.

Os personagens secundários parecem recursos para alongar mais uma história que não precisava ser estendida. O vilão da trama, por sua vez, fica tão genérico que a ameaça direta a Pinóquio – que deveria o ensinar algumas lições sobre a vida e até mesmo estimular a clássica “crescida de nariz” – acontece apenas uma vez. Todo o longa tem a narração do grilo, que começa como espectador, virando um personagem ativo durante a projeção e volta a ser um mero espectador ao final.

Mudanças corajosas no enredo

Pinóquio 2022 toma algumas liberdades no que diz respeito ao enredo que, apesar de corajosas, mereciam maior cuidado técnico na hora de adaptar algo que ganhava o público pela magia e que, agora, se perde em um filme esquecível. O que é uma pena, pois tinha um grande potencial mas que apenas mirou nas questões visuais e teve pouco esmero no desenvolvimento da linda história do personagem.

Ainda assim, vale a conferida. Para os mais velhos, pelo saudosismo e revisitação de lugares antigos agora refeitos. Já para os mais novos, para conhecer a história do boneco de madeira que queria virar menino e compará-lo ao original em seguida. A diferença será visível.