Primeira Morte First Kill 2022 crítica da série da Netflix

Foto: Netflix / Divulgação

‘Primeira Morte’ perde a chance de ser mais do que uma obra genérica teen

Wilson Spiler

“Romeu e Julieta”, talvez o maior clássico do escritor britânico William Shakespeare, já ganhou diversas versões nas mais diferentes mídias. No teatro, na TV, no cinema e até na literatura, o romance entre duas famílias rivais transcendeu a escrita em algumas adaptações muito boas e outras bem questionáveis.

Primeira Morte (First Kill), série que estreou recentemente no catálogo da Netflix e vem fazendo um enorme sucesso no serviço de streaming, é uma adaptação do livro Vampires Never Get Old: Tales with Fresh Bite, de V.E. Schwab, mas pode ser incluída no rol das inúmeras adaptações de obras de Shakespeare, tendo inclusive um trecho citado em um dos episódios. Afinal, o romance todo é inspirado na literatura do autor inglês. Entretanto, diferentemente do texto original, agora, entramos mais no campo do sobrenatural. Isso porque trata-se de uma versão com vampiros e monstros.

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Adaptação da história de Primeira Morte

Na trama, Juliette (Sarah Catherine Hook) é uma vampira que se alimenta de pílulas de sangue porque não quer sugar o dos outros. Entretanto, o medicamento já não está dando tanto resultado e logo ela precisará matar algum humano por uma questão de sobrevivência. Por isso o nome da série “Primeira Morte”, onde um evento é realizado após a realização do ato, como um retrato da passagem da puberdade para a fase adulta.

No meio desse caminho de dificuldades para convencer sua família de que não é preciso matar, ela conhece Calliope (Imani Lewis), por quem se apaixona. Mas mal Juliette sabia que seu grande amor era, na verdade, uma caçadora de monstros (incluindo vampiros, claro). A paixão avassaladora que toma conta das duas, no entanto, é obstruída por suas famílias. E agora? O que o casal fará para viver esse tórrido romance?

Diferente, mas igual

Antes de qualquer coisa, Primeira Morte não revoluciona o gênero de vampiros, muito menos de adaptações de Shakespeare, que dirá de produções teen. A série tem ótimas intenções, trazendo um elenco diversificado, abordando um romance LGBTQIAP+ de forma natural e mostrando relações entre os “diferentes”, inclusive tocando em temas tabus como sexo na adolescência. Toda a mensagem que a produção transmite é muito interessante, mas só de transpiração não vive um seriado. É preciso também um pouco de inspiração.

O roteiro vai até razoavelmente bem até mais ou menos o terceiro ou quarto episódios, mas depois vai decaindo e se perdendo de uma maneira que parecemos estar diante de uma verdadeira novela mexicana ou um romance da pior categoria hollywoodiano, tamanhos o drama, assim como a qualidade dos diálogos e das atuações. Além disso, a ideia de uma série de fantasia não se sustenta quando temos pouquíssimo zelo com o CGI. Pode ter sido falta de orçamento? Pode. Mas aí que entra a tal da inspiração para driblar esses problemas financeiros.

Foi difícil conseguir assistir Primeira Morte até o final, visto que o roteiro vai decaindo de uma forma até vexatória. Certamente, há quem vá gostar, como os adolescentes, por exemplo, público-alvo da série. Mas o que poderia ser um ótimo exemplar para esse nicho, torna-se apenas mais um produto genérico do catálogo já tão superficial da Netflix.

Onde assistir à série Primeira Morte?

A saber, a série Primeira Morte estreou na sexta-feira, 10 de junho de 2022, no catálogo da NetflixAliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:

Trailer da série Primeira Morte, da Netflix

Primeira Morte: elenco da série (Netflix)

Sarah Catherine Hook
Imani Lewis
Elizabeth Mitchell

Ficha Técnica: Primeira Morte, série da Netflix

Título original da série: First Kill
Criação: Victoria Schwab
Direção: Eriq La Salle, Amanda Tapping, Jet Wilkinson, Salim Akil e John T. Kretchmer
Roteiro: Bryce Ahart, Stephanie McFarlane, Italome Ohikhuare, V.E. Schwab, Joy Blake, Mark Hudis, Felicia D. Henderson e Miguel Nolla
Episódios: 8
Duração: de 42 a 60 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: romance, drama, fantasia
Ano: 2022
Classificação: 16 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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