Qual foi o último CD que você comprou?
Celsinho Junior
Já parou para pensar qual foi o último CD que você comprou? Melhor ainda, sabe dizer qual foi o seu último disco de vinil? Nossa, como é difícil de lembrar, não é mesmo? Venho pensando e refletindo muito sobre o prazer de comprar um disco ou CD. Sentar, abrir um vinho (ou cerveja, para quem prefere), apertar o play na vitrola ou CD player e apreciar o encarte!
É verdade! Para os mais novos, dentro do disco ou CD vinha um encarte com as letras, o nome dos músicos que tocaram em cada faixa, curiosidades do artista e até um agradecimento no final! Sim, antigamente as pessoas agradeciam no final.
Adeus, cheiro de encarte novo
Tempos tão distantes e, ao mesmo tempo, parece que foi ontem. Pois é, a nova geração não terá mais esse prazer. Nesse sentido, talvez nem seja mais um prazer ler o encarte, ainda com o cheiro fresco da impressão. Todo esse cuidado com a música ficou no passado. Viva a tecnologia, viva a globalização!
Mas, será que isso tudo fez bem para a música? Antigamente tínhamos harmonia, melodia. Os cantores chegavam na nota. E hoje em dia? Temos gritaria. Afinação pra quê? A batida tomou o lugar da melodia e mais uma vez me questiono: onde a música boa foi parar?
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O ‘paradoxo’ da Galinha Pintadinha
Vejo o fenômeno Galinha Pintadinha, que, para quem não sabe, é o carro chefe da sua gravadora! Ou, no mínimo, um dos principais produtos! Veja bem, não estou aqui criticando esse santo acalento para os pais que estão lendo esse texto. Afinal, eu me coloco nesse time. Entretanto, venho provocar um comparativo de como são as mesmas músicas do passado. Não houve renovação! Temos Trem da Alegria, Balão Mágico. Enfim, não tivemos uma renovação musical.
Acabo analisando a música infantil, mas posso dar outros exemplos. Me diga uma banda de “Rock Brasil” depois da geração dos anos 80 e 90? Na minha opinião, o último suspiro que tivemos foi a banda Suricato, que, infelizmente, quebrou no meio.
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Afinal, qual é a solução?
Estamos precisando renovar a MPB e o pop rock. Mas, como podemos fazer isso? Eu acho que não deve ser tão difícil assim, basta olhar para o que Sertanejo faz! Além do talento, existe o olhar atento ao negócio. Tem empresário que enxerga lá na frente, definitivamente. A criação de eventos próprios, que até a ticketeria é do artista. Um ganha-ganha, de todos os lados. Como isso é possível?
Será que esse empresário conseguiu um investidor, estudou o mercado e focou no seu público-alvo? Será que ele conseguiu compositores competentes e gasta cerca de R$ 2 milhões por música?
Parece uma receita de bolo. No entanto, essa receita não leva fermento. Enfim, eu acredito que a união ainda faz a força. Seja como for, ninguém vai começar uma revolução musical sozinho. Então, o que nos resta é mostrar para nossos filhos o que é música e quem a faz. Acho que esse é o nosso dever de casa. Só dessa forma a gente para de pensar qual foi o último CD ou vinil que compramos. Podemos deixar combinado assim?